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No "melting pot" da Europa
 
 
 
Pedro Almeida | C12
 
Grupo Portucel Soporcel  
 
Haarlem | Países Baixos
 

 Uma oportunidade única. O INOV Contacto proporcionou-me uma possibilidade de estágio no estrangeiro que sem o programa seria difícil de concretizar. Encontro-me a estagiar em Haarlem, uma cidade holandesa típica e acolhedora, num dos escritórios de vendas do grupo Portucel Soporcel (gPS).

 O gPS é um dos maiores produtores de papéis não revestidos da Europa, com uma capacidade produtiva de 1,05 milhões de toneladas de papel e 1,35 milhões de toneladas de pasta de papel por ano. Isto representa em termos de volume de negócios cerca de 1.100 milhões de euros, dos quais 92% advêm da exportação (950 milhões de euros). Para 2009 está previsto o início de actividade de uma nova máquina de papel, que irá aumentar, em quase 50%, (500.000 toneladas), a capacidade produtiva, o que colocará o grupo no topo dos produtores europeus. Para Portugal as vendas do gPS representam cerca de 3% das exportações e 0,7% do PIB.

 

O escritório de vendas onde me encontro, a Soporcel International B.V., é responsável pelas vendas do grupo para a Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Islândia, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e parte da Rússia. O grupo detém ainda o “best-seller” de papel de escritório Premium a nível mundial, Navigator. Isto além de outras marcas conhecidas tais como Pioneer, Discovery, Target, Inacopia e Multioffice.

 

Quanto aos Países Baixos, estes, têm cerca de 33.000 km2 (para efeitos de comparação, Portugal tem cerca de 91.000 km2), onde vivem 16,4 milhões de habitantes, dos quais cerca de 3 milhões são estrangeiros. Isto resulta numa diversidade de nacionalidades, culturas e religiões, o verdadeiro melting pot da Europa. A principal razão para esta diversidade de culturas não está tanto associada a razões históricas, mas sim a razões de oportunidades do mercado de trabalho, que é muito atractivo em comparação com a maioria dos países e, em especial, comparado com Portugal. A taxa de desemprego em Portugal situa-se neste momento nos 7,7%1. Na Holanda esta taxa é de 1,8%2. Em termos salariais, o salário mínimo da Holanda situa-se nos 1317€, surgindo em 4º lugar a nível Europeu após o Luxemburgo (1570,28€), Irlanda (1499,33€) e Reino Unido (1381,25€)3. Desta forma, torna-se um país atractivo para trabalhar.

 

Uma das diferenças que notei aqui em termos de trabalho é que a hierarquização não está tão marcada e existe um ambiente de informalidade. Eu trato o meu chefe por tu e pelo primeiro nome, algo bastante complicado de imaginar em Portugal e que demorou algum tempo até me habituar. Não há cá “Sr. Doutores”, “Sr. Engenheiros”, etc. Até na relação com o cliente é muito habitual o “trato por tu”. Isto ajuda a criar um ambiente de trabalho mais descontraído, o que facilita que as pessoas tenham iniciativa e dêem sugestões e acaba por motivá-las mais. Outra coisa que constatei é que aqui há muitas pessoas com escolaridade média e cursos técnicos e, por outro lado, uma relativa escassez de licenciados. Aqui, alguém com um curso técnico já consegue ter um bom nível de vida e uma boa função numa empresa. Por outro lado, em termos de domínio de línguas os holandeses são bastante evoluídos, praticamente toda a gente fala fluentemente inglês e uma grande parte domina também o francês e o alemão. No fundo, valorizam mais a instrução prática do que a instrução teórica.

 

Uma das nossas ideias top of mind quando pensamos na Holanda é a bicicleta. Holandês que é Holandês tem pelo menos uma ou duas bicicletas. Ao contrário de Portugal onde a bicicleta é vista como meio de lazer, aqui é vista como um meio de transporte “sério”, tal como o carro. Para as bicicletas existem infra-estruturas de boa qualidade e até um código da estrada que protege os ciclistas. Além disso, o facto de ser um país muito plano facilita o uso das mesmas. Outra das características deste país, é o seu liberalismo – o aborto e a eutanásia são legais há vários anos, assim como a prostituição e o casamento entre pessoas do mesmo género. Para além disso, e este é provavelmente o aspecto mais conhecido, tem leis sobre o consumo de drogas leves bastante permissivas. A conjugação de uma grande diversidade de culturas e o liberalismo nas questões referidas poderia causar alguma desordem, mas pelo contrário, é um país onde tudo parece funcionar devidamente.

 

Para concluir, considero este estágio nesta empresa e neste país como sendo muito positivo o que, para além de me dar uma importante experiência profissional, acredito estar a contribuir para a minha valorização pessoal.

 
1Dados do terceiro semestre de 2008 do Instituto nacional de estatística (www.ine.pt - 09/12/2008)

2Dados do terceiro semestre de 2008 do Centraal Bureau voor de Statistiek (www.cbs.nl - 09/12/2008)

3Dados de 01/01/2008 do Center of Economic Studies (www.ifo.de - 09/12/2008)

Created By: Pedro Miguel Oliveira de Almeida
Published: 21-01-2009 10:29

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