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A importância da informação transmitida durante a pandemia

Rodrigo Moura | C24 | Advantage Group | Barcelona, Espanha

A "Sagrada Família" encerrada durante o período de confinamento provocado pela COVID-19

A pandemia serviu de gatilho para outras crises que se seguiram, de ordem social e económica. Estas demonstraram que os governos têm de encontrar as medidas e o discurso para controlar a incerteza. 

Durante o período de confinamento, nos países europeus, apesar de terem sido aplicadas diferentes medidas em diferentes momentos, o sentido comum foi apelar à interajuda e responsabilidade social. Nestes países ouvimos várias vezes, em diferentes idiomas, “vai ficar tudo bem”, desde que “cada um faça a sua parte e tome os cuidados necessários”.

No entanto, a questão do discurso e a influência dos media deixa-me surpreendido: 

- No início falava-se em centenas de infetados e na importância do confinamento. Como resultado, a comunidade fica em casa “cheia de medo” durante dois meses, ou até mais.

- Passado algum tempo fala-se em centenas de infetados e de desconfinamento. A comunidade já sai à rua para se começar a adaptar à “nova normalidade”.

Não discordo de nenhuma medida, não só por não ter conhecimento nem informação suficiente para o fazer mas, também, por depositar a minha confiança em quem nos governa, tal como a maior parte da população. No entanto, considero prudente não acatar por completo tudo aquilo que é dito nas notícias.

Confesso que durante vários dias deixei de ver o telejornal porque já não suportava os dados sobre os indivíduos infetados. Penso também que poderia ter havido mais algum cuidado para não causar reações exageradas no povo. Assim, aconteceu passarmos de uma comunidade aterrorizada pelo vírus, para uma parcialmente relaxada.

Aqui em Barcelona, por exemplo, deixei de ouvir falar no “tema de coronavirus” para nesta semana já ouvir mañana nos vemos en la terraza. Estou felicíssimo por podermos ter “alguma normalidade” e por poder aproveitar um pouco mais o meu estágio e a cidade de Barcelona, mas espero que haja responsabilidade social. Não entendo como alguém que concordou em estar fechado em casa 60 ou 70 dias, quando finalmente sai à rua, entra num supermercado com a máscara no pescoço.

Ainda mais inédito é estar num espaço fechado e tirar a mascara para espirrar, como já tive oportunidade de presenciar. Se as notícias serviram para transmitir diariamente toda a estatística associada à COVID-19, também podiam ter reforçado, diariamente, indicações sobre como utilizar a máscara.

Assim, o comportamento da sociedade reflete que foi dada prioridade ao medo e aos números de infetados, deixando a segurança e os cuidados de higiene necessários para segundo plano.

Em suma, o vírus levantou problemas sanitários, sociais, económicos e, principalmente, muita confusão. Provou que a comunidade global reage em função da informação que lhe é transmitida e, provou também, que ao invés de sobrecarregar as pessoas com indicadores numéricos, deveria haver uma tentativa cuidada de ensinar e educar. Desse modo, teríamos uma comunidade mais consciente e racional, adotando  comportamentos mais adequados.

Imagem de destaque: https://www.nationalgeographic.com/travel/2020/04/coronavirus-barcelona-goes-from-overtourism-to-no-tourism/

Nota: Artigo elaborado no final de maio 2020

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Created By: Rodrigo Luís Catalão Moura
Published: 30-10-2020 15:56

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