Ao longo deste ano as redes sociais assumiram um papel crucial pois, para além de aproximaram quem  se viu impedido de estar com os seus, encurtando distâncias, foram também um eficaz meio de difusão para boas e más práticas. Assim, surgiu uma grande quantidade de notícias/mensagens/posts, que não passava de informação duvidosa e sem qualquer tipo de fundamentação científica.

Logo no início desta quarentena surgiu a dúvida de quanto tempo estaríamos confinados e como uma doença, da qual pouco se conhecia, iria evoluir.

No seguimento das medidas lançadas pelas  organizações internacionais de saúde, surgiu nas redes sociais o movimento #Stayathome, que pretende lembrar a todos a importância de ficar em casa.

Os negócios foram reinventados através do uso de plataformas como o Zoom ou o Google Meet e da forma como operavam, ao terem de trocar, forçosamente, o físico pelo online com vista a subsistirem. A forma como nos relacionamos com os outros foi também revista, através de plataformas como o Houseparty e o Facetime.

O entretenimento diversificou-se, muitos regressaram às charadas em família, aos puzzles, à pintura/desenho, alguns tornaram-se verdadeiros chefes de cozinha, outros mantiveram os mesmos hobbies mas viram mais séries/filmes/documentários nas principais plataformas de streaming.

O segredo das redes sociais passa pelos conteúdos que escolhemos ver. À partida, tudo hoje é monitorizado tendo em vista o nosso comportamento enquanto consumidores e isto vale para tudo, desde  a alimentação que fazemos aos conteúdos com os quais interagimos. Os vídeos, as fotos, os perfis/páginas que seguimos ou simplesmente gostamos levam "os algoritmos" a assumirem que iremos interagir mais com determinados conteúdos, do que com outros, que nunca tiveram expressão no nosso histórico. Nesse sentido o meu lugar mais frequentado na quarentena tem sido o virtual, sobretudo as redes sociais que foram, sem dúvida, uma "salvação", durante este período em que tenho estado sozinha num país que não é o meu e que foi um dos grandes epicentros da pandemia. Resolvi utilizar as redes sociais a meu favor e investi mais tempo a ouvir podcasts, sobre os mais variados temas dos quais pouco ou nada conhecia. Através do Instagram, acompanhei os diretos do Bruno Nogueira (como é que o bicho mexe) que muito me divertiram. Também no meu tempo livre e online aproveitei para conhecer melhor as figuras mais importantes do panorama cultural aqui em Espanha,  a nível de cinema/séries, música e arte.

Com tudo a que temos acesso hoje, graças à era digital, não é fácil aborrecer-me. Claro que gostaria de estar a viver uma experiência a 100%, poder conhecer livremente todos os recantos de Espanha.

Porém uma coisa é certa: da próxima vez que voltar a Espanha já falarei castelhano muito melhor do que quando cheguei.