A Democracia na Europa manifestou-se verdadeiramente após a Segunda Guerra Mundial, sendo um estado político muito recente quando comparado com a Idade do Mundo ou mesmo o Nascimento de Cristo. Desde esta altura, os países europeus têm vindo a caminhar para uma era cada vez mais democrática, apesar de, ultimamente, ter-se vindo a notar um afastamento da sociedade no que à política concerne, refletindo-se diretamente pelas elevadas taxas de abstenção.
Estas taxas de abstenção têm vindo a contribuir, em parte, para que os fenómenos de extrema direita na Europa sejam cada vez mais notórios. Estes fenómenos foram fortemente evidenciados nas últimas Eleições Europeias, em maio de 2019, onde partidos como a “Frente Nacional”, liderada por Marine Le Pen em França, “A Liga” em Itália e, na Hungria, o “Fidesz” representado por Viktor Orbán com as suas políticas anti imigração, foram os partidos com o maior número de votos em cada um destes países. Consequentemente assiste-se a uma União Europeia cada vez mais fragmentada.
De facto, Na Hungria o partido de extrema direita obteve 52% dos votos, o que, em parte, é uma potencial previsão das eleições legislativas deste país que atualmente é governado por uma democracia com tendências nacionalistas. Desde 2010 que o atual primeiro ministro tem vindo a adotar políticas que em nada se coadunam com a definição de democracia, designadamente o controlo dos meios de comunicação, descriminação pública de minorias, estabelecimento de leis anti imigração, anti sem abrigo e proibição de ações de ONG’s de apoio a refugiados.
Esta democracia fantasma cresceu e continuará a vigorar devido a uma alienação da sociedade húngara que, diariamente, é bombardeada com (des) informação relativamente à população de regiões mais orientais. Apesar do descontentamento, é interessante tentar perceber por que o mesmo não se reflete na altura de votar. Aparentemente existe uma manipulação constante dos meios de comunicação para que, no momento da decisão, a população não vote conscientemente naqueles que podem defender os seus interesses.
É assim urgente que sejam relembrados os episódios de intolerância que aconteceram na Europa nas mais recentes décadas, onde as ditas democracias se tornaram rapidamente em regimes ditatoriais, e que a política não se pode tornar um ciclo onde se repetem os mesmos erros, mas sim ser motivo de aprendizagem e contributo para a liberdade de todos os cidadãos e tolerância com todos os povos.