Portugal possui uma grande tradição na produção de vinho e tem a mais antiga região vinícola demarcada e regulamentada – O Douro, eleito Património Mundial da Humanidade pela Unesco. E, tal como o Douro, o Alentejo foi votado internacionalmente como das melhores regiões vínicas do mundo para visitar.
Atualmente, os vinhos do Porto e da Madeira estão entre os mais famosos vinhos do mundo. Em 2015, 9 em cada 100 melhores compras de vinhos eleitas pelas revistas de vinhos americanas diziam respeito a vinhos portugueses.
Em termos de atribuição de prémios, podemos distinguir o ano de 2016, em que 4 dos 100 melhores vinhos da Wine Spectator, eram portugueses.
Portugal tem a mais alta variedade de uva nativas (castas autóctones), mais de 250 castas, de entre as quais apenas algumas viajaram além-fronteiras. Nenhum outro país tem uma variedade de castas autóctones comparável a Portugal. Nomes como tinta roriz, touriga nacional, tinta barroca, tinto cão e touriga franca são exemplos dessas castas.
A ampla diversidade de castas únicas de alta qualidade é impressionante e é responsável pelo carácter único e incomparável dos vinhos portugueses, o que lhes confere um leque de aromas delicados, diferentes e característicos. O travo próprio dos vinhos portugueses pode, assim, constituir a mais-valia necessária para enfrentar a concorrência chilena, australiana, sul-africana, neozelandesa, italiana, francesa ou espanhola.
O vinho português tem conseguido afirmar-se a nível internacional por ser uma proposta única, segura e diferenciadora, de forte carácter português, à qual se associa uma qualidade muito consistente e uma excelente relação qualidade-preço.
Na sua diversidade são genuínos, versáteis e gastronómicos e deverão ser referidos como surpreendentes (exciting), atuais (new), diferentes (unique) e consistentemente bons (world class).
As exportações de vinho português demonstram também este dinamismo do setor, visto que registaram um desempenho bastante favorável nos últimos anos. A realidade mundial transformou o setor do vinho num sector altamente especializado e competitivo, exigindo organizações altamente especializadas e competitivas.
O caminho de internacionalização das marcas de vinho está fortemente dependente da notoriedade das marcas “PORTUGAL” e “Vinhos de Portugal / Wines of Portugal”.
Neste momento, temos como principais mercados maduros e já estabelecidos, os EUA, o Canadá, os Países Nórdicos, o Reino Unido e a Alemanha. Como mercados emergentes, temos o Brasil, Angola e a China.
A internacionalização das empresas portuguesas está condicionada à realidade das suas características e cada uma tem uma estratégia e objetivos próprios.
Contudo, em todos os casos é necessário ter informação sobre os mercados. Os seus planos de negócio passam por garantir uma distribuição eficaz, dar a conhecer os produtos, ganhar notoriedade e reconhecimento dos opinion leaders locais, assim como visibilidade nos pontos de venda. As suas estratégias para disseminar os nossos vinhos focalizam-se em quatro áreas de ação:
- Realização de eventos: conjunto de ações de alto impacto no mercado, com presença de agentes económicos, como feiras e provas. Ex: a Feira Vinhos de Portugal que decorreu em São Paulo.
- Educação/Formação: Conjunto de ações que visam aumentar o conhecimento sobre os vinhos portugueses nos mercados alvo, por exemplo workshops e cursos de formação.
- Promoção: Conjunto de ações desenvolvidas para acelerar as vendas como os incentivos em lojas de vinhos, supermercados e restaurantes que visam estimular a procura dos nossos vinhos.
- Comunicação: Conjunto de meios que possibilitam a visibilidade e comunicação dos vinhos portugueses. Temos como exemplo, as campanhas nas revistas especializadas de Vinhos (Decanter, Wine Spectator, Wine Enthusiast, Wine & Sipirits).
público-alvo das estratégias de comunicação é específico: nos profissionais, os jornalistas de vinhos e lifestyle, sommeliers, decisores de compra de vinhos.
À comunicação de uma experiência vínica única deverá ser associada a ligação com o Turismo e Enoturismo, como uma extensão da experiencia, aproveitando as sinergias com a promoção genérica.
Pretende-se, assim, contribuir para um ganho de eficiência ou de escala, nos esforços de promoção. Estes esforços de articulação, sobretudo operacional, deverão ser estimulados e monitorizados por atores públicos como a AICEP.
Fontes:
Wines of Portugal
Observador
Público