Cenário macroeconómico
Desde 2012, a França tem-se caracterizado por um crescimento fraco do PIB, ligeiramente acima dos 0%. No entanto, nos últimos 2 anos observou-se um crescimento acima de 1% e segundo dados da OCDE existirá uma aceleração do crescimento para 1,3% em 2017 e 1,5% em 2018, impulsionado pelo investimento e consumo.
A economia francesa é a sexta maior do mundo e a terceira maior da Europa, a seguir à Alemanha e ao Reino Unido. É a maior potência agrícola da União Europeia, gerando cerca de 25% de toda a produção, e é o país que mais subsídios recebe da Política Agrícola Comum, cerca de 20%. Contudo, este setor representa apenas 1,7% do PIB e corresponde a uma fração inferior a 3% do total de emprego.
Telecomunicações, eletrónica, automóvel, armamento e aeroespacial são os setores mais importantes numa indústria caracterizada pela sua diversidade.
A França atrai cerca de 80 milhões de turistas por ano, o que a torna o principal destino turístico do mundo, tornando o setor do turismo um dos mais importantes para a economia, em particular para o emprego.
Mercado de trabalho
A taxa de desemprego situa-se nos 10%, com tendência para diminuir à medida que a economia começa a prosperar. Relativamente ao desemprego jovem este encontrava-se em 24,6% em 2016.
No entanto dados da OCDE apontam para 21,7% de desemprego em abril de 2017 com tendência para diminuir. É a quinta maior taxa de entre os países da OCDE, a seguir à Grécia, Itália, Espanha e Portugal. Por este motivo, a consciencialização política para este problema tem vindo a intensificar-se.
O mercado de trabalho para os jovens é caracterizado não apenas por uma dificuldade maior em encontrar emprego, mas também porque, quando o encontram, este é de curta duração. O mercado laboral francês encontra-se dividido em “insiders”, aqueles que têm contratos permanentes, protegidos e a tempo inteiro e os “outsiders”, cujo emprego é temporário e inseguro.
De acordo com a OCDE, apenas 5% das pessoas com mais de 50 anos têm um contrato de curto-prazo, no entanto, nos jovens com menos de 25 anos este número sobe para 30%.
Políticas de apoio ao emprego jovem
Garantia Jovem – Este programa tem como alvo os jovens entre os 16 e os 26 anos, em situações precárias, que não se encontram a trabalhar, a estudar, ou em formação (NEET). Neste programa, jovens são reunidos por uma associação local com o objetivo de realizarem trabalho comunitário. Isto permite aos jovens aprender regras e códigos de comportamento que regem a organização do trabalho e da relação entre empregado e empregador. Este programa permite o desenvolvimento de competências sociais, autoconfiança, autoavaliação, valências de cooperação, ajuda mútua e trabalho em equipa. Os jovens são avaliados ao longo do programa e recebem um montante mensal de cerca de 472€.
Todos vencedores – Consiste na integração de jovens em empresas, nomeadamente em PME, com acesso a subsídios de contratação. A primeira etapa do processo é identificar as empresas e, subsequentemente, pré-selecionar os jovens que participarão no programa. Posteriormente, os participantes recebem formação que lhes permitirá desenvolver conhecimentos e competências adequados ao trabalho que lhes irá ser atribuído. A última etapa consiste em acompanhar e assegurar a boa integração do jovem no emprego.
Patrocínio para o emprego - Neste programa o patrocinador, um profissional, ativo ou reformado, compartilha a sua experiência com um jovem e acompanha o seu percurso de acesso ao mercado de trabalho.
Conclusão
Durante a campanha, o Presidente de França, Emmanuel Macron, destacou a questão do desemprego jovem como uma das suas prioridades, tanto a nível nacional como a nível comunitário. Neste contexto, espera-se a apresentação de um pacote de medidas para combater este problema.
Dada a sua magnitude, o desemprego jovem é uma das questões mais importantes a resolver na sociedade francesa. No entanto, observada a sua tendência decrescente motivada pela aceleração do crescimento económico e pelas reformas laborais, este desafio é enfrentado com otimismo.