Introdução

Ao longo dos tempos, foram várias as gerações que passaram pelo nosso planeta levando a uma utilização cada vez maior dos recursos naturais que este disponibiliza.

A ideia de que se tinha uma infinidade de recursos naturais, o grande aumento da população e constante necessidade de mais recursos, aliada a uma procura desorganizada e descuidada, levou o homem durante séculos a degradar cada vez mais o planeta onde vive e a ter, hoje em dia, urgência na proteção do planeta e dos seres que nele habitam.

No Brasil, esta realidade faz-se sentir, principalmente nas grandes metrópoles, como é o caso de grandes cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

O povo brasileiro deparara-se com um desafio ecológico, um desafio que o moveu numa procura cada vez maior pela utilização de energias limpas, ou seja, energias que durante o seu processo de produção causam poucos impactos ambientais.

Desenvolvimento e recursos naturais

Os recursos naturais são elementos da natureza que estão à disposição dos seres vivos e que são usados para a sua sobrevivência, conforto e desenvolvimento de atividades. Exemplos destes recursos ambientais são os vegetais, os ventos, a água, a energia solar, o solo, as florestas, os minérios, entre outros. Podem ser divididos em recursos naturais renováveis e não renováveis.

Os recursos naturais renováveis são os que podem ser renovados, ou seja que não se esgotam. Como exemplos, temos o vento, a água, o sol, o ar, etc., que são dependentes de outros sistemas para serem transformados e deixá-los em condições de uso. A energia eólica, por exemplo, é produzida a partir da força dos ventos. Além dela, há também a energia solar, que pode ser capturada por meio de painéis solares.

Os recursos naturais não renováveis são aqueles que, se forem usados em demasia, podem extinguir-se. Eles tornam-se escassos devido à capacidade de renovação, ou seja, a sua produção é lenta, levando, às vezes, milhares de anos para serem produzidos. Exemplos disso são o carvão, o petróleo, o ferro, o xisto, o ouro, o alumínio, etc.

Desenvolvimento e recursos naturais

O Brasil é um país rodeado por recursos naturais e bastante rico em biodiversidade. Aqui, podemos encontrar as mais variadas espécies de animais e vegetais e um clima tropical que propicia a abundância destes seres. Existe água em abundância, solos férteis, que são responsáveis por movimentar a economia, com o cultivo de produtos agrícolas, além de belíssimas paisagens e um clima bastante propício ao aproveitamento da energia solar.

Energia limpa

A energia limpa é aquela que não liberta, durante o seu processo de produção ou consumo, resíduos ou gases poluentes geradores do efeito de estufa e do aquecimento global. As fontes de energia que libertam quantidades muito baixas destes gases ou resíduos são, também, consideradas fontes de energia limpa.

Principais fontes de energia limpa:

- Energia eólica: gerada a partir da força do vento.

- Energia solar: gerada a partir dos raios solares.

- Energia Hidráulica: gerada através da energia contida nos mares e oceanos.

- Biogás: biocombustível produzido a partir da mistura gasosa de dióxido de carbono com gás metano.

- Biocombustíveis: etanol (produzido a partir da cana-de-açúcar e milho), biogás (produzido a partir da biomassa), bioetanol, bioéter, biodiesel, entre outros.

História das Energias Limpas no Brasil

O aparecimento das Energias Limpas no Brasil remete-nos a dois marcos importantíssimos na História deste país:

1º - Crise do petróleo de 1970

A crise do petróleo aconteceu em cinco fases, todas depois da Segunda Guerra Mundial, provocada pelo embargo dos países membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e Golfo Pérsico de distribuição de petróleo para os Estados Unidos e países da Europa.

Após os choques do petróleo de 1970, o Brasil passou a concentrar-se no desenvolvimento de fontes alternativas de energia, principalmente o etanol. As suas grandes fazendas de cana-de-açúcar ajudaram muito nesse processo. No ano de 1985, 91% dos carros produzidos funcionavam em etanol de cana.

Hoje, o país mantém o índice. Esta é uma grande conquista, considerando que outros países no mundo ainda dependem muito do petróleo.

2º - Anfitrião da ECO-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.

A ECO – 92 foi uma conferência de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas e realizada de 3 a 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. O seu objetivo foi debater os problemas ambientais mundiais.

Teve a sua origem:

-Numa conferência em Estocolmo, realizada em junho de 1972, o primeiro grande evento sobre o meio ambiente realizado no mundo.

-No Relatório Brundtland, publicado em 1987, pelas Nações Unidas.

Desde então, o Brasil tornou-se protagonista em discussões ambientais que resultaram, entre outras coisas, na elaboração da Convenção sobre Mudanças Climáticas da ONU e na geração do seu “filho” mais famoso, o Protocolo de Kyoto, documento por meio do qual as nações se comprometeram a reduzir suas emissões de gases provocadores do efeito estufa (GEE).

Para tal, é necessário que existam progressos que absorvam as assimetrias económicas entre os vários países europeus, levando à melhoria das condições económico-financeiras dos estados membros, reduzindo as condições de precariedade e os atuais níveis de desemprego.

O Brasil e a Energia limpa

O Brasil, devido à vasta área que ocupa e às várias fontes de energia a que pode recorrer apresenta-se como um dos países com maior capacidade para a geração de energia limpa. A matriz elétrica do Brasil é uma das mais limpas do mundo, podendo contar com 84,5% da energia proveniente de energias renováveis.

Energia Eólica

Um dos maiores destaques em todo o mundo de formas alternativas de energia é a energia eólica. O Brasil em 2015, tornou-se o 10º maior gerador de energia eólica do mundo, superando países como Portugal e a Suécia.

A geração eólica no Brasil em 2014, chegou à marca dos 4500 MW, com 181 parques eólicos instalados, o que faz com que sejam emitidos menos 4 milhões de toneladas de CO2 por ano.

Hoje em dia, a indústria brasileira fabrica turbinas eólicas com potência da ordem de até 2MW. Existe também forte intenção de aplicar esta tecnologia, no litoral da Região Nordeste do Brasil, onde os regimes de ventos são considerados bons, sendo o Rio Grande do Norte e a Bahia os maiores estados produtores deste tipo de energia renovável.

No litoral do Estado do Ceará, por exemplo, já se encontram instalados mais de 15MW de geração eólica, sendo a maioria de iniciativa privada. Existem também instalações nos Estados do Paraná e Minas Gerais.

No Brasil encontram-se ainda outros locais promissores, onde estão sendo efetuadas campanhas de medição dos ventos como, por exemplo, o litoral norte do Estado do Rio de Janeiro.

Como exemplo dos vários parques eólicos que foram realizados no Brasil temos:

-Parque eólico de Delfina, Bahia, 180 MW (2017)

Parque eólico Cataventos Acaraú, Ceara, 28 MW. Fotografia retirada da Afaplan

Parque eólico Alto Sertão II, Bahia, 386,1 MW. Fotografia retirada da Afaplan

Parque eólico Osório, Rio Grande do Sul, 300 MW. Fotografia retirada da Renova

Fotografia retirada do Carlos Vieira.

Energia Solar

O aproveitamento da energia transmitida pelo sol ainda é uma prática bastante recente no Brasil, porém, vem conquistando o seu espaço na matriz energética. Em agosto de 2015, o País fez o primeiro Leilão de Energia de Reserva com projetos solares fotovoltaicos, contratando 1.043,7 MWp (megawatts-pico) de potência de 30 projetos diferentes.

Segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê-se que até 2050, 13% de todo o abastecimento das residências no País seja feita pelas placas fotovoltaicas que aproveitam a energia solar.

Até hoje em dia foram inaugurados alguns complexos solares fotovoltaicos de pequena geração de energia, como é o caso de:

-Parque solar fotovoltaico MPX TAUA, Ceara, 1 MW:

-Parque solar fotovoltaico Tubarão, Santa Catarina, 3 MW

Apenas após o Leilão de Energias renováveis apareceram projetos de grande envergadura, que estão agora em fase de conclusão, como é o caso de:.

-Parque solar de Ituverava, Bahia, 254 MW

Parque Solar Ituvera. Fotografia retirada da Afaplan.

-Parque solar de Pirapora, Minas Gerais, 191 MW: Como nota adicional, este parque encontra-se no fim da fase 1, quando acabar a fase 2 e 3, será o maior complexo fotovoltaico da América do Sul com 400 MW de energia instalada

Solar Pirapora - afaplan

Energia Hidráulica

Usinas hidrelétricas produzem mais de 90% da energia elétrica consumida no Brasil. Elas dependem das águas dos rios em níveis adequados em suas represas para gerar energia.

Como o melhor exemplo de usinas hidrelétricas no Brasil temos a usina:

Itaipu:

Construída em 1974 sobre o Rio Paraná, que divide Brasil e o Paraguai, a Itaipu é, atualmente, a segunda maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia. Com vinte unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece 16,4% da energia consumida no Brasil e abastece 71,3% do consumo paraguaio.

Barragem Itaipu - Marian Helena. Fotgrafia retirada da Wikipédia

Biogás/Biocombustível

O Brasil é considerado o terceiro maior produtor de biocombustível no mundo, atrás dos Estados Unidos e da Alemanha.

O Brasil foi um dos países pioneiros no uso da cana-de-açúcar como geração de energia. Os derivados da planta, como o etanol e a queima do bagaço, são hoje a segunda maior fonte energética brasileira, perdendo apenas para o petróleo. No período de 2004 a 2014, o País aumentou em 75% a produção de energia elétrica pelo bagaço de cana.

O programa de etanol do Brasil começou em 1975, quando a crise do petróleo abalou a economia brasileira. Em resposta, os governantes militares do país lançaram um esforço para se libertarem do petróleo estrangeiro, que então representava quase 90% do consumo de petróleo do país, através do desenvolvimento de combustíveis inovadores.

O álcool combustível (etanol), feito de cana-de-açúcar, foi um candidato óbvio, dada a quantidade quase infinita do Brasil em terras agrícolas e do clima favorável.

Hoje em dia, a maioria dos carros no Brasil funcionam com misturas de até 25% de etanol, e fabricantes de automóveis já produzem veículos concebidos para funcionar em misturas de etanol muito mais elevadas. Várias empresas automobilísticas vendem "automóveis flex", que podem usar gasolina e misturas de etanol variando de gasolina pura até 85% de etanol (E85). Em 2009, 90% dos carros produzidos funcionavam com etanol.

Esses biocombustíveis representam uma melhoria dos gases de carbono emitidos para a atmosfera, minimizando o problema do efeito de estufa e do aquecimento global, além de apresentar menor teor de enxofre.

Conclusão

Cada vez mais, com as alterações climáticas e a extinção de espécies, temos de nos preocupar com o futuro do nosso planeta.

Uma alternativa que é vista com bons olhos, hoje em dia, é a utilização das energias limpas porque causam impactos mínimos para o nosso planeta.

O Brasil já há alguns anos que utiliza este tipo de energia e tem sido muito bem-sucedido, já que apresenta quase 85% da matriz elétrica do seu país proveniente de energia limpa, como é o caso da energia eólica, solar, biocombustível, etc, e tem diminuído em grande parte a quantidade de poluentes, como o dióxido carbono que lança na atmosfera.

Contudo, este tipo de energia também pode trazer consequências, como o desmatamento, e por isso é necessário ter bastaste atenção em cada ação que o ser humano toma.

“Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil, tempo de colhermos sustentabilidade.” Gabriel Oliveira