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Oceano de Sensações
 

 

 

Diana Saleiro

ITT Research Institute

EUA

6:00, 5ª Feira, 1 de Fevereiro 2007: Porto - Frankfurt:

Despedida, lágrimas, saudades, que expectativas criar? Já não há volta a dar, o avião já vai bem alto, finalmente o tão esperado estágio começa a tomar forma autêntica. Já não é mais um sonho, mas uma realidade.
 
12h45 (locais), 5ª Feira, 1 de Fevereiro 2007: Frankfurt - Chicago:
Muitas, muitas horas de voo. A ansiedade cresce ao longo das horas, minutos, segundos. O que me esperará? Nascer do sol no horizonte, que tela de cores extraordinárias que me fazem viajar em pensamento imaginando como será a cidade de Chicago. Escura? Muito sol? Já se avista o Canadá, tudo gelado, rios, terra caiados pela neve branca... Será que a neve me vai receber de braços abertos? Toda a gente diz que Chicago é tal e qual como vemos nos filmes de Natal!
 
15h30 (locais), 5ª Feira, 1 de Fevereiro 2007: Chicago, terra firme!
Agora sim, não estou a sonhar! Neve, tudo branquinho, um frio diferente, seco, que quase não sinto devido à excitação. A minha supervisora é de descendência mexicana, super divertida, sorridente e levou-me a passear de carro pelo centro da cidade. Grandioso, tudo, edifícios lindos gigantes, Navy Pier, Chicago River... Será que me irei conseguir orientar sozinha?
 
A resposta é positiva! A cidade de Chicago é deveras organizada. As ruas são maioritariamente paralelas e perpendiculares, e toda a cidade funciona como um gráfico cartesiano, sendo o cruzamento das Ruas State e Lake o ponto zero. A Rua State estende-se no sentido Norte-Sul, enquanto que a Rua Lake prolonga-se no sentido Este-Oeste. Sabendo onde está o lago (Este) é fácil qualquer um se orientar. O número das ruas refere-se às milhas a que esta dista do ponto zero. Assim, sendo a minha nova morada 2648 N. Halsted St, significa que me encontro a 2,6 milhas a norte do centro da cidade (ponto zero). Obviamente que por vezes ando no sentido contrário, mas não custa muito apercebermo-nos disso e voltar atrás!
 
6ª Feira, 2 Fevereiro 2007
Que frio! É impossível aguentar na rua mais que um minuto a caminhar. Com a Isabel, também do programa INOV Contacto, tentamos aquecer e evitar que as extremidades nos caiam entrando loja sim, loja sim, café sim, supermercado sim! Nunca tive tanto frio na vida... Camadas de roupa é o que está a dar! Comprar botas novas e agasalhos é obrigação! Tive azar, o Inverno mais frio desde há 15 anos veio receber-me! Mas as pessoas são super simpáticas, muito diferentes do que imaginava. São todos amigáveis, dirigem-nos sempre a palavra, qualquer dúvida, questão, orientação estão disponíveis para ajudar. Estão sempre sorridentes riem-se do frio e das figuras uns dos outros, todos tapados com cachecóis, gorros, luvas. Sem dúvida, esta cidade é povoada por 1001 etnias, todos eles (ou familiares) foram ou conhecem alguém que já foi novo na cidade e sabendo os problemas que passaram quando cá chegaram estão prontos para nos dar uma mão. Despedem-se sempre calorosamente com simples expressões como: “Have a nice day!”, “Be safe”, “Take care”, “Nice to meet you”, “Stay warm”, “Be careful”, “See you!”! Em Portugal quando uma pessoa nos parece assim tão simpática pensamos logo que nos quer vender algo!
 
Dias seguintes...
Constatação:
A gastronomia portuguesa, a meu ver, é sem dúvida uma das melhores do Mundo! Não percebo como não há um único restaurante português nestas redondezas. Saudades...
Toda a comida aqui tem um travo picante! Dificilmente faço uma refeição sem que o copo de água com gelo seja o “prato” principal! Pimenta preta é o ingrediente de eleição! Sal não é regularmente usado, pois existem 1001 especiarias, molhos para o substituírem. E peixe? Difícil de encontrar. Mas assim vou desenvolvendo mais um sentido: o Gosto, fazendo também parte de toda esta adaptação cultural.
 
Fim-de-semana:
Cidade jovem, muita animação, locais diferentes, sempre cheios, para visitar e experimentar. Diferentes sotaques voam no ar, todos falam inglês, mas todos têm uma língua original que não deixam de utilizar entre si.
 
Semana de trabalho:
Experiência única. O modo de trabalhar deste povo é completamente diferente. Depositaram em mim imensa confiança desde que cheguei, tornando-se superior a minha responsabilidade e motivação dia após dia. No primeiro dia de trabalho no Instituto (IIT Research Institute) dirigiram-me de imediato a questão: “O que queres fazer?”, “Tens algo em mente que queiras levar a cabo, que queiras aprender?”. Estas simples questões demonstraram-se decisivas no modo de encarar este meu novo emprego. O facto de nos perguntarem o que queremos fazer, além de demonstrar imensa confiança, demonstra que não só eu vou tirar proveito desta experiência como também eles acham que podem aprender comigo. Esta visão faz com que as coisas sejam encaradas com verdadeiro empenho. Indo todos os dias trabalhar com imenso entusiasmo e sendo cada dia um desafio às minhas capacidades. Não há tempo a perder, são 6 meses para espremer até ao último dia, toda esta experiência vai ter muito peso e valor positivo no meu futuro. Há que estudar, ler aprender e criar novas teorias a testar. Afinal, a base da Ciência e Investigação é o pensamento crítico, inovador, hipotético baseado em factos concretos. Assim, a minha nova paixão é o estudo in vivo e in vitro de compostos químicos que previnam o cancro do cólon!
 
Não diferente das minhas expectativas, os Estados Unidos da América têm-se demonstrado um país de oportunidades, onde estou a evoluir muito rapidamente e a aprender a ser autónoma na aquisição dos meus conhecimentos. Não há que nos deixar levar pela corrente, há que procurar o nosso caminho que nos conduzirá ao sucesso. Há que desenvolver um espírito e mente abertos. Há que investir nos jovens pois têm alta capacidade de estudar e aprender com os especialistas facilmente. Esta é a base de evolução cá. Por isso, se vê muita fuga de “cérebros” para os E.U.A., nomeadamente na área de Investigação. Na universidade de Chicago (UIC – University of Illinois of Chicago) a grande maioria são chineses e indianos, chamando-lhe, na brincadeira, Universidade dos Indianos e Chineses. Pois é, os americanos sabem quem receber, em quem investir. Há que seguir o seu modelo, como o programa INOV Contacto tem feito.
 
O meu grupo de trabalho no Instituto é fabuloso, além de assuntos profissionais conversamos sobre as diferentes culturas e estão ansiosos por conhecer Portugal. Este programa faz com que o interesse das pessoas pelo nosso país cresça. Após testemunhos pessoais que o estagiário traz consigo, a vontade e curiosidade de conhecerem o nosso país aumenta a passadas gigantes. Há que ser apenas um pouco persuasivo!
Sempre que posso falo do nosso cantinho grandioso, sobre a nossa história e todos ficam impressionados. Pode ser que graças ao programa INOV Contacto o interesse por Portugal aumente.
Created By: Teresa Jeremias
Published: 05-04-2007 10:12

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