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Diferenças e problemas de aculturação sentidas em Angola
 

Jorge Lafuente | C17

 

Leadership Business Consulting, SA

 

Luanda| Angola

 

O processo de aculturação não é muito intenso para um português que acaba de chegar a Angola, já que a verdadeira aculturação aconteceu ao longo de muitos anos, desde a primeira vez que os portugueses chegaram a Angola.

Hoje, muita da nossa forma de pensar e viver encontra-se neste país.

A língua e a alimentação são, sem dúvida, grandes facilitadoras no processo de integração.

As principais diferenças estão, na verdade, no campo económico, social e político. Devemos ter em conta que Angola atravessou uma guerra colonial e que só há bem pouco tempo, pouco mais de dez anos, é que uma certa estabilidade política permitiu que o país se começasse a desenvolver, com a sua economia a crescer a uma média próxima de 10% ao ano.

Angola tem procurado desenvolver as suas infra-estruturas mas, muito ainda está por fazer. Grande parte das infra-estruturas e indústria foram destruídas e os agricultores tiveram de fugir das suas terras para as cidades à procura de protecção.

Luanda está em obras constantes, o que se comprova na cor da cidade e no pó existente nas ruas. Como consequência disso, Luanda é uma cidade lotada, o que se reflecte no trânsito caótico que é possível verificar logo à saída do Aeroporto Internacional. É pois, por isso, necessária uma certa dose de paciência para nos habituarmos a esta realidade. O centro da cidade é relativamente pequeno, pelo que, rapidamente, as pessoas estão aptas a conduzir por sua conta e risco (de evitar durante a semana pois o transito é caótico).

Em termos de segurança, é necessário que estejamos preparados para algumas restrições à liberdade a que estamos habituados. Este poderá ser o maior entrave a quem acaba de chegar à cidade. Principalmente nos primeiros tempos deve evitar-se andar sozinho e a pé. Depois, ganha-se “mais liberdade” à medida que nos vamos apercebendo de quais os locais e comportamentos a evitar.

 

Em termos de saúde é necessário ir a uma consulta do viajante para nos prepararmos para a nova realidade. No entanto, os cuidados a ter não se esgotam na toma das vacinas. Diariamente são necessárias precauções especiais e existem situações a evitar. Em termos de alimentação é “proibido” beber água que não seja engarrafada. Por isso, deve ser evitada a ingestão de bebidas com gelo e alimentos crus, principalmente em restaurantes onde a origem da água seja de desconfiar. Com o tempo vamos tendo maior sensibilidade, mas convém não "facilitar". É também preciso ter cuidado com os mosquitos, sendo aconselhável o uso de repelente nas zonas do corpo que estão a descoberto.

Nas relações profissionais, os angolanos são muito formais. Nas reuniões que venham a realizar, procurem saber quais as cadeiras em que se devem sentar e lembrem-se de que devem tratar os clientes (e outros) com bastante cerimónia, até que haja maior à-vontade entre as partes.

Tenham cuidado nas passadeiras e não esperem que os automóveis parem. Tenham também atenção quando entram e saem do carro, pois serão várias vezes abordados por rapazes que querem guardar ou lavar o carro a troco de alguns kwanzas. Deve por isso evitar-se ter valores à vista e é recomendado trancar o carro mal se entra. Aqui é normal dar-se entre 100 e 200 Akz, mas procurem ter já o carro pronto a sair (até hoje ainda não tive qualquer problema).

Por último, não nos podemos esquecer que Luanda é uma das cidades mais caras do mundo. Ainda assim, pela minha experiência, com uma gestão cuidada do orçamento, o dinheiro irá chegar até ao final do mês, principalmente se estiverem dispostos a fazer uma grande parte das refeições em casa.

 

Os factores que acima referi requerem um certo grau de adaptação/alteração relativamente aos nossos hábitos diários. No entanto, a estada em Angola pode, sem dúvida, ser uma experiência enriquecedora. É um país onde estão a surgir novas oportunidades no campo profissional e que já começa a oferecer algumas experiências de lazer. O clima permite ir à praia quase todo o ano e, fora de Luanda, podem-se encontrar excelentes praias.

Existem também algumas alternativas para quem queira sair durante a noite. Em alguns locais é notória a forte presença de portugueses actualmente em Luanda, o que muitas vezes permite uma adaptação mais fácil.  

 

Created By: Jorge Manuel Malheiro Rodrigues Lafuente
Published: 24-08-2013 12:27

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