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Arábia Saudita, terra de petróleo e areia (Narrativa do viajante)
 

Hélder Silva | C15

AICEP – Portugal Global

Riade | Arábia Saudita

 

Arábia Saudita, a terra do petróleo, possui actualmente à volta de 28 milhões de habitantes, dos quais aproximadamente 6.5 milhões são trabalhadores expatriados, o que atesta o forte crescimento económico no qual o país se encontra.

 

A par da vasta indústria ligada aos hidrocarbonetos e derivados, que ainda é responsável pelo grosso do PIB, o Governo tem vindo a fomentar planos com vista a diversificar a base económica do país. A título de exemplo: os vários projectos de R&D ligados às áreas de ciências médicas, às tecnologias renováveis (algo um pouco surpreendente) e TICs têm sido levados a cabo. Contudo o mais surpreendente é o megalómano plano de construção de infra-estruturas que visam desenvolver os sistemas de educação, saúde e comunicação/logística nacionais. Centenas de biliões de SAR (moeda nacional) estão a ser investidos em super complexos universitários, auto-estradas, centros industriais, portos, linhas de comboio, etc.

 

Contudo, a par de todo este desenvolvimento e progresso económico encontra-se a religião. Berço do Islão e detentora das 2 cidades mais sagradas para a população muçulmana, Medina e Meca, o sistema judicial nacional encontra-se subordinado à Shari'a, a Lei Islâmica, o que conduz inúmeras vezes a “confrontos” entre os planos de modernização do país e a particular tradição islâmica que é praticada no país. Do ponto de vista de um trabalhador expatriado, principalmente se for oriundo de algum país ocidental ou não-muçulmano o choque é tremendo. Existe uma completa segregação da mulher e do homem, quer quando estão a rezar, a conviver/festejar ou mesmo numa simples viagem de autocarro.

 

Mesmo no que respeita à comunidade de expatriados, por lei, uma mulher não pode partilhar um carro (táxi ou carro pessoal) com um homem que não pertença à sua família, para além do facto de as mulheres estarem proibidas de conduzir. O que me leva a outro tópico: conduzir na Arábia Saudita. Por experiência própria, digo que é de evitar, se possível, pois ninguém segue o código de estrada (à excepção da regra de conduzirem sempre pela direita, “às vezes”).

 

Ainda ao abrigo da Lei Islâmica o consumo de álcool e lugares de entretenimento como cinemas ou bares/discotecas são proibidos e as mulheres têm que andar totalmente cobertas por uma peça de roupa negra conhecida como abaya, o que a não ser cumprido, pode resultar numa punição severa e dolorosa, caso tenham um encontro com a polícia religiosa, conhecidos também por Mutawwa'in ou Comité para a Propagação da Virtude e para a Prevenção do Vício. Contudo, um expatriado consegue levar uma vida um tanto ou quanto ocidental, caso viva num dos inúmeros compounds habitacionais que existem no Reino, mediante uma renda consideravelmente superior à do exterior.

 

Apesar de existirem estas e muitas outras particularidades no que respeita a viver na Arábia Saudita o povo saudita é, apesar de um pouco reservado, muito simpático e hospitaleiro já para não falar das paisagens que se podem encontrar por todo o país e que são de outro mundo.

Created By: Hélder António Parreira Silva
Published: 10-01-2012 12:00

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