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Ho chi minh(a) city: "Mas como é que o INOV sabia para onde é que eu devia ir, especialmente quando eu disse expressamente que não queria ir para lá?"

Henrique Guimarães Romão | C23 | Câmara de Comércio | Ho Chi Minh, Vietname

"Henrique Romão” disse a Sra. Cristina Franco, enquanto eu me levantava nervoso, após uma semana de constante teasing sobre a impotência de não saber onde vou acordar no próximo mês.

“Vai para a Câmara de Comércio”. E por momentos um sorriso involuntário esboçou-se na minha cara.

“Para longe ou perto?” perguntava a locutora, ao que eu gesticulei um mais ou menos confuso, pensando que pelo menos as minhas preferências de para onde não ir fossem respeitadas.

“Vietname”. Caiu-me tudo, tendo sido apenas o meu orgulho a segurar a minha vontade imediata de desaparecer antes que a cerimónia terminasse. Tudo o que me passava pela cabeça era: “O Vietname é na Ásia, eu disse que não queria Ásia”... porque é que me perguntaram para onde eu não queria ir? Porque é que me estão a fazer isto?

Após a cerimónia findar, enquanto uns choravam de alegria ou tristeza, outros tiravam fotos dos grupos, e alguns ligavam a contar as “boas” novas, eu saí dali e pus-me em direcção a Aveiro. Liguei à minha mãe, que por 30 segundos ficou muda ao ouvir Vietname... "E não, não estou a fazer a brincadeira em que dou uma má notícia falsa para depois surpreender com uma excelente notícia", disse-lhe. "Mas enfim, nunca fui de desistir, e se me meti nisto vou levar até ao fim custe o que custar. Num caso extremo regresso para Portugal e pago o que tiver de pagar”, pensei.

E assim foi, rumo a Ho Chi Minh. Após quase um dia de viagem, desde da saída do avião até à chegada ao AirBnb, as primeiras impressões foram-se interiorizando. Desde bafo ofegante, ao cheiro diferente que pairava no ar, à sujidade das ruas, à quantidade de insectos que esperneavam pelas ruas, a culminar no caos rodoviário onde a única lei que governa é a lei do mais forte e atrevido, e onde ‘peão’ e ‘prioridade’ não pertencem juntas na mesma frase.

O cenário não estava a ajudar a aliviar o meu receio e stress em vir para este país. E se a minha cabeça suspeitava, cedo o meu corpo começou a confirmar. Primeiro veio a garganta seca, que pouco depois já era uma amigdalite. Seguiu-se a febre, acompanhada de uma constipação, com pitadas de dores costas e cabeça e para sobremesa suores frios. E assim estava instalada a minha gripe de boas vindas.

Durante a primeira semana e meia, entre chamadas consecutivas para a Família, início do estágio e procura de casa, o kit farmacêutico que tinha trazido ia já a metade. No entanto, talvez devido ao frio da gripe e à falta de olfato, cortesia da constipação, o calor e o cheiro já não eram problema.

Com o tempo o meu corpo começou a melhorar e comecei a explorar a cidade, auxiliado do meu “bro” de serviço, a Joana Almeida, a Inov C23 que tinha chegado duas semanas antes de mim à cidade, mas que parecia que já a conhecia como se estivesse lá há já alguns meses (característico de uma pessoa com organização compulsiva, ou talvez apenas uma pessoa prevenida comparando com o meu estilo de “logo se vê”).

“Vamos de GrabBike, é super engraçado, eles às vezes andam em contra-mão” (moto-táxi) dizia ela, enquanto mais uma vez o meu orgulho não me permitia ficar atrás. E de facto com a paisagem de passagem e a brisa na cara era engraçado.

A partir daí segui todas as instruções que ela me dava, onde e o que comer, o que visitar e o que fazer. E aos poucos os meus olhos foram deixando de ‘olhar’ e passaram a ‘ver’ Ho Chi Minh. A ver que o lixo diário era posto à beira da estrada para ser recolhido de noite, a ver que o caos rodoviário era uma “desorganização organizada” que só um residente entende, a ver o calor e simpatia com que os locais nos recebem, a ver toda a beleza que o país têm para oferecer e a saborear a deliciosa e variada culinária Vietnamita. Este sítio encaixou-me como uma luva.

Nunca fui, nem sou um tipo religioso ou supersticioso, de acreditar no destino. Mas como é que o INOV sabia para onde é que eu queria ir, especialmente quando eu disse expressamente que não queria ir para lá? Agora a minha mãe ficou muda mais 30 segundos quando lhe disse que talvez fosse ficar por cá mais tempo.

Continuo a duvidar que o INOV soubesse que isto ia correr assim, mas uma coisa tenho que lhes dizer: OBRIGADO!

Artigo escrito durante o período de estágio

Created By: Henrique Guimarães Romão
Published: 27-12-2019 15:09

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