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Redes sociais como forma de comunicação

Tânia Carreira | C22 | Ogilvy | Maputo, Moçambique

ERA DIGITAL

Com os fluxos internacionais do século XX, o mundo entrou numa nova era – a ERA DIGITAL. Atualmente passamos por uma transição social, mais ou menos rápida consoante os países, que tem vindo a transformar as sociedades na sua forma de estar, pensar, comunicar e trabalhar. Em consequência, ouvimos diariamente falar de sociedade digital, economia digital, redes sociais.

Este é um fenómeno global. O mundo está conetado em tempo real e as relações sociais e profissionais expandem-se além fronteiras.

Em Moçambique, a transição para a era digital verifica-se de forma mais lenta. Esta transformação exige budget e investimento público e privado em tecnologia e depende do investimento dos consumidores nos produtos e serviços tecnológicos.

Sendo um país menos desenvolvido, com menos fundos de investimento e com rendimentos salariais muito baixos, questões primeiras, como o acesso à internet são ainda de atualidade no país.

Moçambique tem 30.10 milhões de pessoas. Cerca de 33% vivem em centros urbanos, onde existe acesso à internet por cabo; 66% da população vive no meio rural.

Apesar destas limitações, a centralidade das redes e a tecnologia 3G rede móvel permitiu que o acesso à internet e às respetivas redes sociais deixasse de depender dos serviços de internet por cabo.

Assim, a maioria dos moçambicanos pode aceder à internet, mesmo sem um computador, a partir de um telemóvel (de valor mais acessível para o consumidor nacional).

Os dados móveis e o preço baixo dos pacotes de dados fornecidos pelas operadoras VODACOM e MCEL têm um papel fulcral em Moçambique. Com um PIB médio per capita de cerca de 100€ mensais, grande parte da população consegue adquirir pacotes de dados diários, semanais ou mensais, com preços que variam deste os 20mzn (0.30€) aos 500mzn (7.20€).

Este facto veio revolucionar a forma como a informação é obtida, partilhada e gerida. Os meios tradicionais como a televisão e rádio perdem terreno para o digital mobile.

Os meios tradicionais implicam um investimento material em equipamento e a informação nele transmitida é filtrada pelas linhas editoriais. Por outro lado, o digital e as redes sociais nele incluídos, trouxeram novas oportunidades de acesso à informação e à discussão em espaço publico virtual.

Principalmente os grandes centros urbanos, como Beira, Maputo, Nampula e Matola, são autênticos centros de cidadania virtual, nos quais cidadãos de vários estratos e níveis académicos trocam informação valiosíssima sobre os diferentes aspetos do país.

Assim, estes espaços virtuais têm-se afirmado como referências do debate intelectual, um pouco à margem dos cânones impostos à media tradicional pelos grupos de interesses e de pressão.

O FENÓMENO WHATSAPP – O BOCA A BOCA DIGITAL

Em Moçambique, a rede social mais popular e com mais utilizadores ativos é o Facebook, com cerca de 2 milhões, seguido do Instagram, com cerca de 340 mil utilizadores. Mas, o maior fenómeno é a aplicação WhatsApp. Aqui, todas as pessoas ou empresas com acesso à internet têm WhatsApp para comunicar entre si.

No tecido empresarial, o corporativismo é posto de lado, e embora se faça uso do e-mail, o WhatsApp é privilegiado, tanto na comunicação interna, como externa, com fornecedores e clientes. O objetivo é a visualização e obtenção de respostas mais imediatas. As empresas têm grupos internos no WhatsApp onde trocam informação diversa. No mesmo grupo, é comum encontrar o CEO da empresa e, simultaneamente, o motorista, a empregada de limpeza, assim como os diferentes colaboradores da empresa.

A hierarquia existe, mas não transparece no grupo de chat. A comunicação é horizontal e bidirecional, a informação e a partilha de ideias chegam a todos.

Quando se pretende transmitir conteúdos mais restritos, opta-se por criar novos grupos. Assim se constituem muitos grupos de chat, com diversos propósitos e com pessoas presentes em diversos grupos em simultâneo.

Nesses grupos profissionais partilham-se, não só os assuntos da ordem do dia da empresa, tarefas, como curiosidades, meteorologia, informações, interesses. O contexto profissional mistura-se com os interesses e comportamentos pessoais.

Por exemplo, uma empresa ou um particular interessado em vender carros, utilizará o WhatsApp como ferramenta de difusão boca a boca digital. O profissional irá criar um pequeno grupo, onde difunde a mensagem, partilhará a mensagem entre outros grupos, contando que alguém dos outros grupos partilhará a mensagem, por sua vez, nos seus grupos. O objetivo é aumentar os interessados, que depois adicionará ao grupo inicial de venda de carros.

Assim, o WhatsApp permite gerar leads com base em contactos telefónicos, à semelhança do Facebook que soma seguidores. A diferença entre ambos é que o Facebook, com tanta informação e ações, leva a que o utilizador se disperse, e não esteja focado num só assunto.

Em Moçambique as agências de comunicação consideram o WhatsApp um forte canal a apostar para veicular informação, promover eventos e difundir campanhas publicitárias. Como o networking leva à inclusão de pessoas/profissionais em diversos grupos de trabalho, de eventos, de relações sociais, recorre-se ao WhatsApp como veículo digital de transmissão de mensagem boca a boca.

As estratégias digitais são pensadas nesse sentido, e o WhatsApp é, a par do Facebook e do Google Ads um canal de eleição.

Created By: Tania Vieira Carreira
Published: 06-03-2019 16:02

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