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Administração TRUMP e relação com políticas de permanência/regresso dos cidadãos portugueses

Catarina Nunes da Silva | C21 | Massachusetts General Hospital/Harvard Medical School | Boston, Estados Unidos da América

"A campanha eleitoral de Donald Trump esteve, desde o seu início, envolta em diversas polémicas e a temática da emigração nos Estados Unidos da América (EUA) foi a que mais controvérsia gerou.

Antes da sua eleição, a 8 de Novembro de 2016, o candidato a Presidente dos EUA manifestou recorrentemente a intenção de efetuar uma deportação massiva dos emigrantes ilegais. Estando uma pequena percentagem da comunidade portuguesa ilegal, tal afirmação gerou algum receio em muitos dos portugueses emigrados.

Em 2012, Barack Obama criou o Deferred Actions for Childhood Arrivals (DACA), um programa que protege jovens emigrantes, que tenham chegado de forma ilegal ao país ainda crianças, de serem deportados, permitindo-lhes estudar e trabalhar. Embora a maioria da comunidade portuguesa (1,2 milhões) nos EUA esteja legalizada e, grande parte, naturalizada, há quem tenha entrado no país ao abrigo do programa estabelecido pelo anterior Presidente. Tendo condenado a medida durante a sua campanha eleitoral, Donald Trump prometeu acabar com a mesma assim que chegasse à Casa Branca. Até à data, não houve qualquer alteração nesse sentido.

Nos meses que antecederam as eleições norte-americanas e de acordo com a Aliança de Falantes de Português de Massachusetts (MAPS), uma associação de apoio aos emigrantes portugueses, houve um aumento no número de candidaturas à cidadania (30%), incremento esse que a MAPS atribuiu à vontade dos seus associados em participar nas eleições, mas também de assegurar direitos e prevenir deportações ou outras sanções que pudessem vir a ser implementadas após a tomada de posse do Presidente.

Ao conversar com portugueses emigrados nos EUA sobre o impacto da administração Trump na permanência/regresso de cidadãos portugueses, a resposta obtida foi consistente: visto tratar-se de um assunto recente, até agora e de forma geral, as alterações das políticas de emigração não afetaram diretamente os imigrantes oriundos de Portugal.

Ano após ano, o número de portugueses que escolhem os EUA para fazer licenciatura, mestrado ou doutoramento aumenta. Por consequência, a porção norte do continente americano é o primeiro país não europeu com mais estudantes portugueses. Presentemente, estrangeiros que pretendam ter um emprego temporário numa empresa americana de alta tecnologia, terão de se submeter a um processo de obtenção de visto mais demorado, uma vez que a administração Trump suspendeu temporariamente as candidaturas "expresso" para o visto H-1B. Esta providência, provoca uma reviravolta na vida pessoal e familiar destes profissionais e nas suas pretensões de continuidade nas carreiras onde estão agora integrados.

Para processos de reemissão de pedido do visto H-1B e face às atuais restrições, o atual governo americano, através de diversas agências com competências na matéria, faz verificações in loco nos escritórios das empresas, para constatar evidências de que a pessoa a quem vai ser atribuído o visto exerce funções naquele local.

No que se refere aos cuidados de saúde, parte da comunidade portuguesa emigrada desde o mandato de Barack Obama poderá ter sido abrangida pelo programa Obamacare. A vigente administração é contra tal medida. O impacto da eminente queda do Obamacare ainda não é visível e envolve questões sociais, económicas (geração ou extinção de emprego) e financeiras (seguros) que se antecipam negativas, face ao receio já instalado.

Passaram-se 6 meses desde a eleição de Donald Trump enquanto Presidente dos EUA. Todos os dias, os media divulgam novas medidas impostas pela sua administração. Contudo, as consequências da sua implementação nas políticas de permanência/ regresso da comunidade portuguesa emigrante só serão observáveis a médio/longo prazo. Atualmente, a situação dos portugueses mantém-se sem alterações.

Created By: Catarina Raquel Nunes da Silva
Published: 23-11-2017 18:11

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