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Por um Mundo Melhor - Negócios Sociais *

Gonçalo Queiroz l C14

Plural Editores

Maputo l Moçambique

 

Os negócios, da forma como os conhecemos historicamente, têm como objectivo final a obtenção do lucro máximo possível. Os negócios sociais, apesar de procurarem também esse propósito, perseguem, em última instância, objectivos sociais. Desta forma um negócio social tem como fim último não a maximização de lucros mas a criação de benefícios sociais para o mercado de indivíduos mais desfavorecidos, bem como para a sociedade em geral.

Esta pode parecer uma ideia utópica ou até um pouco paradoxal mas a verdade é que já há exemplos variados de empresas bem sucedidas que se basearam neste tipo de negócio. Convém sublinhar que o sucesso nestas empresas não significa que esta paga dividendos a accionistas, porque esta não o faz. As empresas são criadas por fundos disponibilizados por indivíduos ou entidades que se dispõem a pagar o dinheiro necessário à constituição da empresa e que acordam um prazo razoável para o retorno do dinheiro investido. Este dinheiro investido pode ou não ser reembolsado com juros,  conforme o contrato assinado pelas duas partes.

Por sua vez, a empresa é gerida de uma forma profissional e com a ambição inicial de conseguir retornar no prazo previsto o investimento feito. Completada essa primeira etapa, todo o lucro que provenha desses negócios é utilizado para ajudar os mais desfavorecidos, por ex. a criar negócios, ou para ser utilizado para o próprio negócio para melhorar o serviço, chegar a mais pessoas, etc.

Um negócio social pretende, de certa forma, ser um apoio directo às classes sociais mais desfavorecidas. A própria concepção do negócio deverá ser orientada na procura de garantir que certos produtos ou serviços chegam a quem, de outro modo, não teria forma de os pagar.

Se há por exemplo,  o objectivo de vender produtos para crianças carenciadas, não faz muito sentido investir em promoções de marketing ou na embalagem mais sofisticada do mercado, pois não terão um valor percebido muito elevado. O preço de mercado deve ser tal que permita a compra por parte de todas as pessoas que se pretende beneficiar. Desta forma, maximiza-se o lucro, dado o mercado que é identificado como aquele que se pretende atingir.

Esta forma de encarar o negócio social como um negócio comum faz com que este não dependa de subsídios ou caridade. De facto, nenhum negócio social pode requerer ou aceitar donativos sejam eles de que natureza forem. A ideia será a de transmitir responsabilidade a quem gere e, mais importante, que o negócio seja sustentável para que depois do retorno do investimento, possa gerar lucro. Uma vez gerados lucros, não será necessária nova injecção de fundos propulsionando-se o negócio e expandindo-se por si só, atingindo mais benefícios sociais com o dinheiro gerado pelo negócio.

O sucesso nos negócios sociais é medido pelo impacto que gera, ou seja pelos benefícios sociais conseguidos. Os indicadores económicos são substituídos por indicadores sociais: Famílias beneficiadas que saem da pobreza, crianças que frequentam a escola, acesso a bens de primeira necessidade, redução das taxas de HIV ou outras doenças… Nestes negócios não interessa tanto o valor dos empréstimos que são concedidos, mas sim o número de empréstimos feitos, uma vez que um empréstimo de 5000$ vale menos do que 5 de 1000$ porque o segundo pode retirar 5 famílias da pobreza enquanto o primeiro só tirará uma.

O negócio social reconhece a multiplicidade da natureza humana, em contraponto com a visão da doutrina económica, que vê o homem como um ser egoísta que visa somente a satisfação máxima a nível pessoal, satisfação essa que é medida pelo lucro obtido. Assim, nesta visão, o homem tem desejos multifacetados que não se limitam à obtenção do ganho pessoal, e é dedicado a fazer negócios totalmente destinados a resolver problemas sociais ou ambientais.

* Baseado na obra de Muhammad Yunus (Nobel da Paz): Creating a World Without Poverty: Social Business and the Future of Capitalism. 

Created By: Gonçalo Neto Queiroz
Published: 07-05-2010 9:00

Comments

social business

O senhor Yunus vai estar a apresentar este livro no Banco Mundial esta sexta-feira, 14 de Maio!
Ana Luísa de Castro Paiva at 10-05-2010 0:49

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