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Marca Madrid

Filipe Neves | C13
 
Bloom Consulting
Madrid | Espanha
 

Quando me propus realizar o desafio do INOV, deixei-me seduzir pela possibilidade de conhecer a nível pessoal e profissional uma nova realidade, outra cultura de trabalho, outros lugares e outras pessoas. Sentia que a experiência seria tão enriquecedora quanto maiores as diferenças que o destino apresentasse face a Portugal.

 

A cidade de destino acabou por ser Madrid, na vizinha Espanha, o que numa primeira reacção me levou a pensar: "saíu-me a fava". No entanto, concluí, após 6 meses de estágio, que a proximidade geográfica não implica necessariamente semelhanças culturais ou de estilo de vida.

 

Fiquei colocado numa consultora de Branding, portanto uma empresa cujo core business não está relacionado com a minha área de formação - Informática. Apesar de a maior parte das minhas tarefas estar relacionada com projectos e sistemas internos, pude observar o desenvolvimento de projectos city e country branding. É um conceito muito interessante, que desconhecia, e está relacionado com as associações que fazemos a um determinado país ou cidade, as emoções que a sua referência desperta em nós. Tendo isto em mente, posso constatar que a minha percepção da marca Madrid se alterou por completo neste últimos 6 meses.

 

Até à data de início do meu estágio, a minha percepção de Madrid abrangia pouco, além dos feitos desportivos e contratações do Real Madrid. Tal não é menosprezável, os clubes desportivos desempenham um papel fundamental na divulgação do nome de uma cidade, sobretudo os clubes de futebol mais mediáticos como o Real Madrid. No entanto, não foi necessário muito tempo para me deixar surpreender  pela cidade e pelo seu ritmo de vida, frenético, pelo gosto com que se desfruta da vida social, pela paixão pelos desportos, pela sofisticação que a grande comunidade gay confere a muitos espaços, etc.

 

Num fim de semana em que recebi a visita de amigos de Portugal, cumpri com as minhas responsabilidades de cicerone acompanhando o grupo pela movida madrilenha. Ao observar a multidão boémia de Domingo no bairro de La Latina, um amigo meu questionou-se: Onde estão as pessoas produtivas deste país?!. Acompanhar a dinâmica social e a vida nocturna de Madrid, durante um fim de semana, leva a crer que a grande maioria dos habitantes dedica todo o seu tempo livre à vida boémia. Esta festividade não me parece exclusiva de Madrid. Penso que seja algo intrínseco à cultura espanhola. Há uma grande variedade de eventos locais (alguns dos quais aproveitei para conhecer): festas de San Fermin, Tomatina, Festival Sonar, Fallas de Valencia, Festa do Orgulho Gay em Madrid, etc.

 

Madrid é uma cidade onde se privilegia muito a vida pessoal e social e de uma forma evidente para um visitante: vive-se sobretudo nas esplanadas, bares e discotecas e não em festas privadas. Parece haver sempre um espaço pronto a acolher quem se queira divertir a qualquer hora, de qualquer dia da semana. Vive-se com qualidade em Madrid. Para tal contribui também o facto de a cidade dispor de uma rede de transportes muito completa e a grande oferta e variedade de instalações desportivas, sempre muito requisitadas.

 

A propensão para a vida social contribui para que considere os espanhóis pessoas muito acessíveis, com quem é fácil iniciar uma conversa e que se integram com facilidade num grupo estranho. Ao nível laboral manifesta-se através da informalidade entre os colegas, mesmo com superiores hierárquicos, até o CEO, que frequentemente acompanha o grupo para uma caña pós laboral. Na minha opinião, esta informalidade contribui para tornar as empresas mais dinâmicas e desburocratizadas.

 

Da experiência que tive, e das pessoas com quem contactei, fico com a sensação de que em Espanha o balanço entre vida pessoal e profissional é muito equilibrado. Os horários de trabalho são em regra mais reduzidos do que em Portugal, tipicamente não se trabalha às sextas feiras à tarde e a maioria das empresas faz horário de Verão na forma de jornada intensiva.

 

A Espanha tem vindo a apresentar um crescimento económico invejável, travado recentemente pelas momento atípico de crise. Como podia isso ser possível num País cuja capital nunca dorme e onde o número de horas semanais de trabalho parece ser menor do que em Portugal? Em conversa com vários espanhóis ficou patente uma competitividade cultural entre as diferentes comunidades do país. Essa competitividade parece catalisar a economia do país. Conclui-se também que a qualidade de vida e a produtividade não são incompatíveis, antes pelo contrário.

 

Sem dúvida, conheci um país e uma cidade aos quais sei que ficarei ligado pessoal e profissionalmente à semelhança do grande grupo de portugueses que conheci que aposta numa carreira internacional em Madrid.

 

Created By: Filipe Manuel Homem Miguel Das Neves
Published: 09-11-2009 8:38

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H de verão

Sou pelo horário de verão!
Nuno Miguel Várzea at 21-08-2009 11:23

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