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Aculturação em Singapore? “Can, Lah!”
 
 
 
Teresa Dias Coelho  |  C13
 
EFACEC
Singapura, Singapura
 
 

Esta é talvez das expressões mais utilizadas na gíria de Singapura. Para qualquer pedido existe um Can! (quanto ao lah é uma expressão que eles adoram acrescentar no fim de toda e qualquer frase).

E de facto Singapore can, lah! Colonizada pelos ingleses, destruída pelos Japoneses durante a II Guerra Mundial, fez parte da Malásia e foi apenas há 40 anos que conquistou a sua independência. Foi nessa altura que subiu ao poder o Primeiro Ministro Mr. Lee que idealizou um país.

Uma Singapura organizada, pouco burocrática, altamente desenvolvida.

Controlou as máfias chinesas, substituiu a poluída zona em torno do canal num mundialmente reconhecido centro financeiro, promoveu o sector industrial numa pequena ilha sem recursos, atraiu investimento estrangeiro, transformou o porto de Singapura no segundo maior porto do mundo. Em troca existem regras, muitas regras! Uma ditadura democrática onde ninguém ousa queixar-se porque o resultado final tem sido muito positivo para todos! Hoje em dia tem um PIB de 244 biliões de dólares para uma população de 5 milhões. Can? Can, lah!

E para quem vem para este país, onde as pastilhas elásticas são proibidas e as multas por não atravessar na passadeira são elevadas, o importante é saber que não existe uma cultura (à parte o consumismo)... Na verdade é um país onde muitas culturas diferentes se cruzam diariamente*.

Viver em Singapura requer lidar com os reservados Chineses; requer ir almoçar ao restaurante halal com os malaios (que são tipicamente muçulmanos); requer manusear pauzinhos e esquecer facas e guardanapos; requer beber tanta cerveja como os ingleses; requer falar com libaneses; requer saber onde fica o Myanmar; requer dar um pezinho de dança com russos, dinamarqueses e venezuelanos ao mesmo tempo; requer brindar com australianos cheers mate; requer dominar o hip hop; requer comer com as mãos entre indianos; requer não nos sentirmos feios quando andamos no metro no meio de modelos brasileiros altíssimos e chinesas vestidas tal e qual para um casamento; requer tolerar o picante (spicy); requer adivinhar se àquela pessoa se dá 1, 2 ou 3 beijinhos, se não mesmo um aperto de mão ou uma vénia; requer uma exagerada troca de business cards; requer sair de um prédio de 50 andares e em 5 minutos entrar numa floresta tropical cheia de cobras venenosas; requer saber que uma mulher de burca e uma mulher de mini saia extremanente reduzida podem conviver. E é com este espírito e mente aberta que também nós podemos dizer e perceber que em Singapura tudo can, lah!

 

Portanto, viver em Singapura é uma mistura de momentos fáceis e difíceis, num País que fascina mas onde nenhum expatriado se imagina a viver uma vida! Parece que é fácil e rápido acostumarmo-nos a esta cidade onde existe tudo mas onde tudo é tão meticulosamente pensado que nos parece artificial... Como passear entre rôbots vestidos nas melhores marcas que não se questionam e que desconhecem a palavra improvisar. Mas onde a diversidade de coisas e pessoas faz com que Singapura grow on us e aqueles que vinham por 1 ano ou 2 cá estejam há 17 ou 18!

 

*Dos quase 5 milhões de habitantes 77% são chineses, 14% Malaios, 8% Indianos e 1.4% do resto do mundo. Assim, agradando a todos, existem 4 línguas oficiais: Inglês, Mandarim, Malaio e Tamil (língua falada no Sul da Índia).

  

Created By: TERESA BARAHONA DIAS COELHO
Published: 28-06-2009 8:36

Comments

crazy world

gostei da descricao. fiquei a conhecer melhor singapura, passei do imaginario 'a realidade, dentro do possivel. isto e' um elogio.
JOÃO PEREIRA CAMPOS at 30-06-2009 11:25

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