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Globalização 2.0 – Pequenas e Médias Empresas
RicardoMadeira
Ricardo Madeira | C13
 
SoftCode
Madrid| Espanha
 

Depois de largos anos de domínio internacional das grandes empresas, as PME estão finalmente a ripostar. Segundo o USA Today, o volume de exportações das pequenas empresas norte-americanas assumia em 2007 quatro vezes o valor registado em 1992, passando a representar cerca de 25% do total nacional, quando em 1992 rondava os 15%. Como contextualizar este fenómeno?

 

Segundo a ONU, a primeira fase da globalização terá começado no final do século XIX, abrandando entre a segunda guerra mundial e o último quarto do século XX. Ao longo desta fase, as grandes empresas, significativamente melhor preparadas em termos de recursos organizacionais, humanos e financeiros, superaram fortes barreiras como as diferentes preferências dos consumidores, a geografia, as diferenças culturais e os diversos contextos políticos, regulamentares, concorrenciais e de distribuição, tendo sido capazes de cruzar fronteiras e tirar partido das vantagens da expansão internacional: base alargada de potenciais clientes, economias de escala, gestão estratégica de recursos e exploração de vantagens comparativas nacionais.

Ao mesmo tempo, muitas das pequenas e médias empresas tinham, nas fronteiras nacionais, uma barreira impenetrável, além dos obstáculos referidos anteriormente, e o risco e os elevados custos de coordenação e de oportunidade, associados a uma estrutura organizacional mais complexa assumiam níveis elevados.

 

Na fase final do século XX assistimos à convergência entre uma vaga de desregulamentação de mercados, progressiva abertura ao comércio internacional através da formação de blocos económicos internacionais e da redução de barreiras alfandegárias e o desenvolvimento tecnológico, possibilitando a intensificação das viagens internacionais e o aparecimento das modernas Tecnologias da Informação e da Comunicação. Estes fenómenos atribuem um novo ritmo à Globalização, gerando um fluxo sem precedentes no que respeita a produtos e serviços, pessoas, capital e informação.

Na nova fase da Globalização, ao mesmo tempo que as barreiras legais, políticas e regulamentares se encontram atenuadas, os receios e as dificuldades promovidos pela falta de conhecimento e de informação, desaparecem à distância de um clic. Hoje podemos conhecer a actualidade noticiosa de uma dada região, identificar visualmente a localização de um fornecedor no GoogleMaps e comunicar com um representante situado no outro lado do mundo sem sequer sair do gabinete, de forma instantânea e com custos muito reduzidos, a circulação da informação assume proporções nunca vistas.

Por fim, as PME podem alargar os seus horizontes e obter acesso a domínios que anteriormente lhes estavam vedados. As PME têm um acesso simplificado ao consumidor global, fazendo uso do comércio electrónico e de menores custos de distribuição e de coordenação de uma estrutura organizacional internacional, seja ela baseada no investimento directo ou parceria. Por outro lado, as PME começam a poder optimizar a sua cadeia produtiva fazendo uso das eficiências internacionais, com a deslocalização, ou da subcontratação de processos em países com determinadas vantagens comparativas.

Além de se constituírem como meios de excelência na obtenção de informação e na comunicação, as modernas Tecnologias da Informação e da Comunicação, deram origem a um largo conjunto de novas ferramentas: sites como iStockphoto, eLance e Getafreelancer.com permitem fornecer ou contratar no mercado mundial um crescente conjunto de recursos, incluindo especialistas de TI, escrita e tradução, suporte administrativo, marketing e vendas, finanças e engenharia. Este tipo de websites é geralmente dominado por países em desenvolvimento que se mostram mais competitivos em muitas áreas. Com a desmaterialização de muitos processos, países como a Índia e Israel já se especializaram na oferta de serviços de Tecnologias da Informação ao mercado global.

 

O último grande desenvolvimento a favor das PME poderá ser a explosão das redes sociais potenciadas pela Web 2.0, não só como forma de comunicação e colaboração, mas como uma nova forma de organização

Na primeira fase da globalização, num mundo mais estável que o actual, a exploração das vantagens internacionais implicou acima de tudo coordenação por forma a obter massa crítica, no entanto, a coordenação é obtida ao custo da especialização - potenciadora da eficiência: quanto maior a especialização das várias unidades maior será a diversidade e mais difícil será a coordenação organizacional. Acrescenta que a diversidade potencia a inovação.

Actualmente, graças ao funcionamento em rede, emergem acções colectivas mais eficientes, surpreendentemente descentralizadas e independentes de uma estrutura de coordenação. O sucesso do Wikipedia, do Linux e do Browser Mozilla (líder de mercado) serão os mais claros exemplos, mas também o é a indústria motociclista italiana (composta por um vasto conjunto de PME).

As redes permitem que cada empresa se especialize enquanto oferecem fortes ligações para integrar as diferentes capacidades, a flexibilidade desta forma de organização permite a rápida adaptação à mudança externa. Cada unidade passa a constituir uma fonte de ideias, recursos e capacidades, obtendo economias de escala como um elemento da rede que serve o mundo. No limite, se a coordenação entre pequenas entidades alcançar um nível como aquele que é associado a uma grande entidade, a grande empresa integrada pode deixar de ser a forma dominante de organização em muitas indústrias.

 

O estender da Globalização às PME, mais do que um fenómeno económico, aparece com o alargar do papel que cada um de nós tem na rede do mundo globalizado. A história do português que acordou numa cama de conceito Sueco e fabrico Chinês, tomou café Brasileiro ao pequeno-almoço e foi para o trabalho no seu carro Japonês, é cada vez mais a história do Português que trabalha em Madrid, desenvolvendo um projecto de software programado na Argentina, com design gráfico subcontratado na Índia e dirigido ao mercado global.

Created By: RICARDO JORGE GASPAR MADEIRA
Published: 20-08-2009 8:10

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