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Um país. Muitas regiões.
 
Nuno Gato | C13
National Business Brokers
Madrid | Espanha
 
 

Falar de Espanha é falar de um país ou de uma federação descentralizada de comunidades autónomas?

 

O inicio deste texto não é uma provocação ao sentimento de pertença a um país por parte dos seus nativos, mas antes uma constatação de um facto que até para nós, portugueses, é visível quando percorremos Espanha de lés-a-lés.

 

Assim, é com as 17 comunidades autónomas (e 2 cidades autónomas), que o governo central de Espanha tem de gerir o dia-a-dia. Aqui interagem várias línguas co-oficiais – Galego, Catalão, Euskera (basco) – diferentes sistemas sanitários, de Educação e em alguns casos até formas de financiamento público, e uma polícia, diferentes do governo central. Por várias razões, e por uma em especial (ETA), há uma Comunidade autónoma de Espanha que é notícia frequente nos meios de comunicação social: o País Basco.

 

Razões independentistas e separatistas à parte, formas de luta (muitas condenáveis) “esquecidas”, o que tem o País Basco para oferecer?

 

Geograficamente, o País Basco encontra-se numa zona privilegiada de Espanha, com a sua proximidade aos grandes centros urbanos europeus – fronteira com França – e com a proximidade ao Golfo de Biskaia.

 

Estes dois factores são importantes porque com apenas 1,4% do território espanhol o País Basco consegue alcançar dois feitos importantes:

1) É a 3ª região com mais alto IDH, o que engloba factores tão díspares como a taxa de alfabetização da população adulta, rendimento per capita ou a esperança média de vida à nascença, e uma das comunidades mais importantes de Espanha com elevados índices de investimento em novas tecnologias, I&D e com uma “baixa” taxa de desemprego;

2) Consegue conjugar de forma extraordinária as suas potencialidades económicas (industriais), com os excelentes recursos naturais de que dispõe, aproveitando assim o seu bom clima (atlântico na costa e continental no interior),  para o crescimento do seu turismo.

 

De forma muito resumida podíamos ficar com estas duas ideias do País Basco. Turismo e excelente desenvolvimento económico. Por que há ainda muito mais, não posso deixar de detalhar.

 

Política e Economia.

Actualmente o País Basco goza de um regime de autonomia especial. Esta autonomia especial traduz-se na responsabilidade de: cobrar os principais impostos, indústria e promoção económica, transportes, habitação, ambiente, educação, saúde, ordem pública, etc.

Esta autonomia, conjugada com a sua posição geográfica, permitiu que a comunidade orientasse o seu desenvolvimento económico através de uma enorme capacidade industrial – desde a produção de aço aos sectores químicos e petroquímicos – capitalizando essa capacidade com o investimento em parques tecnológicos, diversificando/ apostando nas novas tecnologias e em I&D.

No País Basco são notórias estas preocupações e incentivos, com significativas reduções nos impostos às empresas que apostem em novos sectores e novas tecnologias e auxílios ao investimento através de adiantamentos reintegráveis, empréstimos com taxas de juro baixas e planos de formação apoiados nas necessidades das empresas da comunidade.

Todos estes incentivos são complementados com a oferta de infra-estruturas / logística adequadas às necessidades de todo este desenvolvimento económico: com três aeroportos (Loiu em Bilbao, Foronda em Vitória – Gasteiz e Hondarribia em Donostia – San Sebastián), dois portos marítimos (Bilbao e Pasajes), e vários centros logísticos estrategicamente colocados e em comunicação com as diversas redes ferroviárias e rodoviárias que atravessam a comunidade em direcção aos grandes centros urbanos da Europa.

 

Turismo.

Passear no País Basco dá-nos a hipótese de viver várias experiências, fruto da paisagem geográfica de que dispõe. Por isso, e em jeito de proposta, aqui fica um roteiro para todos os gostos de um turismo que se quer activo.

 

Actividade. Mar. Montanha. Desportos radicais.

 

Estas actividades passam por desafios tão distintos como descer rios em canoas, passear em águas calmas em kayaks, aproveitar as ondas para surfar ou sair pelo mar a navegar. Para quem não gosta de mar, de água, pode recorrer ao montanhismo ou ao BTT, sem esquecer as actividades mais radicais como o Bungee Jumping ou a espeleologia.

 

É por isso um território agradável de explorar.

 

Sair das rotas normais do típico visitante que vai visitar uma das 3 capitais da região (Vitória – capital da província de Álava e também capital do País Basco, San Sebastián capital da província de Guipúzcoa e Bilbao, capital da província de Vizcaya), é aconselhável e desejável. Por experiência própria, viajar de carro junto à costa desde Getxo a San Sebastián é aproveitar de paisagens, praias e pueblos tão característicos como a região que aqui descrevo.

 

Cultura.

Nesta viagem pelo País Basco não podia terminar sem uma referência à cultura. Digo referência porque não é fácil descrever nem seria capaz de o fazer. A cultura própria da região e aquela que nasceu agora e faz parte dela.

Duas referências que podem abrir o apetite e a curiosidade:

 

Primeira. Entrar num território espanhol em que não se entende uma simples palavra como “não” ou um “no comprendo” é verdadeiramente extraordinário. Tão extraordinário quanto o facto desta língua – o Euskera – ser uma língua sem qualquer relação com outras famílias de línguas modernas. Actualmente é uma língua co-oficial em Espanha, falada no País Basco e nalgumas comunidades de Navarra e falada por 850.000 pessoas em todo o mundo (sim, também há comunidades ainda que pequenas, fora desta região, que o falam).

 

Não me atrevo a entrar em mais detalhes. Viajem a esta língua através de qualquer rádio online desta região. É a sua cultura.

 

Segunda. Museu Guggenheim Bilbao. Integrada na rede de museus Guggenheim (Bilbao, Berlim e Nova Iorque), Bilbao é um dos símbolos da arte dos séculos XX e XXI. Aqui os seus visitantes podem apreciar todas as colecções desta rede de museus que optou por um esquema rotativo das obras permanentes que possuí.

 

Do País Basco para Portugal. Mais um contacteante a descobrir o mundo.

  

Created By: NUNO FILIPE GONÇALVES GATO
Published: 02-06-2009 9:09

Comments

Re: Um país. Muitas regiões.

Pois é amigo Gato, "ETAs" à parte, eles têm tudo para se diferênciarem, principalmente a identidade cultural, nem eu os consigo considerar espanhóis.

Por outro lado, as atitudes separatistas são algo que dificilmente fazem sentido à escala actual da União Europeia.

Estamos a adoptar as mesmas directivas de lei, as mesmas políticas e a hipótese de uma língua oficial comum não está assim tão distante da realidade.

A ver...
Sofia Isabel Viana Carvalho at 02-06-2009 17:56

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