Skip to main content
   
   
Go Search
Extranet InovContacto
  

Extranet InovContacto > Visão Contacto > Posts > Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Projeto Muralha Verde e a forma de minorar o Efeito Dominó
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Projeto Muralha Verde e a forma de minorar o Efeito Dominó
Francisca Martins | C24 | AICEP Suiça| Portugal
2870- Esperança para as novas Gerações

 

Pensar em alterações climáticas, desastres naturais e pobreza é como imaginar peças de dominó a desmoronarem-se por completo, uma a seguir à outra, representando um perigo existencial para a civilização e uma ameaça à sobrevivência da vida humana e não humana. Estes problemas globais não impactam separadamente, mas estão mais interconetados do que nunca num mundo global. Além de que as perspetivas social, ambiental e económica numa sociedade complexa também devem ser vistas como um todo, capaz de impactar e sofrer impacto umas das outras.

A cada ano as florestas, os oceanos e os solos da Terra absorvem em torno de 4,5 mil milhões de toneladas de carbono que, de outra forma, terminariam na atmosfera e aumentariam as temperaturas. É urgente perceber que se os oceanos estão ameaçados, as florestas estão ameaçadas e a terra está ameaçada, nós também estamos ameaçados.  O acontecimento de desastres naturais não acontece apenas por obra de Deus ou da Mãe Natureza, a origem pode também derivar da ação global do Homem.

As alterações climáticas, provocadas por nós, são responsáveis pela ocorrência, pela aleatoriedade e pela dimensão ou voragem de muitas catástrofes naturais. E rezar e ter fé que passem e que não voltem a acontecer até pode ajudar. No entanto temos de ter sempre presente o já conhecido ditado “ fia-te na virgem e não corras”. Nós precisamos de correr e muito. Já estamos atrasados para a maratona mais desafiante das nossas vidas. Apesar da mudança do clima ser uma realidade incontornável, podemos fazer por conter “peças do dominó” da queda em cascata. Dificilmente podemos evitar uma catástrofe natural, mas os seus efeitos devastadores podem ser mitigados através da comunicação do risco e do planeamento territorial, assim como pela redução das emissões de Gases com Efeitos de Estufa (GEE), e pela adaptação, ações e opções que envolvem todos os níveis da tomada de decisão, do local ao internacional, envolvendo todos os governos nacionais e as organizações internacionais.  

É possível percebermos também que as consequências de um fenómeno meteorológico extremo serão muito diversas consoante o nível de preparação da zona atingida. Se esse fenómeno incidir sobre um país em desenvolvimento, com poucas infraestruturas e redes de apoio relativamente débeis, serão expectáveis perdas (humanas e materiais) significativas; se, ao invés, o mesmo fenómeno incidir sobre um país desenvolvido, com maiores recursos, mais equipamentos e mecanismos de emergência melhor organizados, o resultado será previsivelmente menos dramático.

Verificamos que o aquecimento global suscita delicados problemas de injustiça: as emissões de gases com efeito de estufa provêm essencialmente do primeiro mundo, mas quem mais sofre os seus impactos acaba por ser o terceiro mundo. Assiste-se, pois, a uma distribuição assimétrica das causas e dos efeitos das alterações climáticas. Além de serem afetados com mais intensidade também ocorrem com mais frequência sobre populações mais pobres e vulneráveis.

Por exemploa Oxfam considera que é três vezes mais provável que alguém seja forçado a deixar a sua casa por ciclones, inundações ou incêndios florestais do que por conflitos. Além de que está estudado que a mudança do clima levará 100 milhões à pobreza em 2030 e o agravamento da crise migratória e a subnutrição seguem-se por acréscimo.

Posto isto, as alterações climáticas, a escassez de recursos, o aumento da população e da desigualdade social explicam o porquê da sustentabilidade ser tão necessária. A Grande Muralha Verde em África surge como um projeto sustentável de compromisso com as gerações futuras. Vai cruzar a África da costa leste à costa oeste, passando por 11 países e espera-se que até 2030, seja possível restaurar 100 milhões de hectares de terras atualmente degradadas e, como consequência, resgatar 250 milhões de toneladas de emissões de carbono e criar 10 milhões de empregos em áreas rurais. Uma grande contribuição para o cumprimento da Agenda da ONU dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, uma vez que este projeto apoia 15 dos 17 ODS das mais diversas áreas. Esta iniciativa combate a pobreza e a fome, fortalece a resistência local às mudanças climáticas, melhora a saúde e o bem-estar, gera empregos, aumenta as oportunidades económicas, além de combater as alterações climáticas, a degradação da terra, a desertificação, a seca, os conflitos e as migrações. Solução que pode fazer-nos aproximar do reverter do ciclo destas ameaças urgentes que o continente africano enfrenta juntamente com a comunidade global como um todo.

Numa época de construção de muros para barrar migrantes e refugiados, a Muralha Verde faz-nos ter esperança na Humanidade e acreditar que há futuro para as novas gerações.

Imagem de Destaque- cedida por  Annie Spratt (https://unsplash.com/photos/1YnBzhJISg4)

 

Share on Facebook
Created By: Francisca Dias Martins
Published: 05-08-2020 17:12

Comments

There are no comments yet for this post.

 ‭(Hidden)‬ Content Editor Web Part ‭[2]‬

Visão Contacto