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“A inteligência artificial é, sem dúvida, um foco para a Bosch”

Maria Inês Mota | C23 | BOSCH Termotecnologia SA | Bogotá, Colômbia

Helmuth Obilcnik, presidente regional e gerente da BOSCH na Colombia e Peru

Helmuth Obilcnik é o atual presidente regional e gerente da Bosch na Colômbia e Peru. De origem austríaca e graduado em Gestão e Administração de Empresas, na Universidade de Ciências Aplicadas de Pforzheim, Alemanha, conta com mais de 30 anos de experiência na Bosch.

Ao longo da sua carreira profissional já ocupou diversas posições dentro do grupo, em 8 países distintos e atualmente está na Colômbia e no Peru.

Hoje em dia, o tema “inteligência artificial” é bastante falado e cada vez mais presente no dia a dia. Falei com o Sr. Helmuth para perceber qual é o uso desta na Bosch e a sua opinião em relação ao tema.

Como descreveria, em poucas palavras, o seu percurso na Bosch?

Como uma carreira internacional. Passei pela Alemanha, seguiu-se o México, Portugal, voltei à Alemanha. Depois: Argentina, Brasil, Panamá e por fim Colômbia e Peru, onde estou atualmente. O melhor de tudo isto é que ao longo dos meus 30 anos de carreira, sempre tive diversas funções, o que considero umas das principais vantagens da empresa. 

Qual foi o país em que gostou mais de viver? Acredito que todos sejam distintos.

Ui (risos). Se for apenas pelo país, Portugal. Foi sem dúvida Portugal e isto porque teve “uma coisa especial”, trabalhar com portugueses. Eu considero os portugueses excelentes trabalhadores e muito dedicados e lá (Vila Real) construímos uma fábrica. Isso foi sem dúvida excecional. Se analisar por funções, talvez Brasil, uma vez que aí tive um cargo de financeiro e fui responsável por toda a América Latina, o que foi desafiante. Mas claro que cada país tem o seu encanto e é difícil escolher.

Para si, o que é a inteligência artificial?

É uma pergunta difícil… Para mim, a inteligência artificial é um processo no qual os robots começam a aprender os processos e a melhorá-los cada vez mais. Considero que a inteligência artificial se pode definir como melhoria na qualidade e eficiência dos processos.

Como vê a evolução da inteligência artificial na Bosch, a nível mundial?

A inteligência artificial é, sem dúvida, um foco para a Bosch e se pensarmos, há 10 anos atrás, onde quase não se ouvia falar de “inteligência artificial”, a Bosch começou com 40/50 engenheiros a trabalhar no tema, para perceber como se poderia desenvolver. 

A Bosch é uma das empresas líderes nesta área, como se pode reparar pelas suas patentes relacionadas com carros autónomos, mais de 800 por ano, sendo que no total desenvolve cerca de 5000 patentes/ano. Isto justifica-se pelo lema da empresa - a inovação e tecnologia para a vida, e o facto de querer estar na liderança nas novas tecnologias, inteligência artificial, indústria 4.0, e todos os temas relacionados com inovação.

Em que projetos de inteligência artificial está envolvida a Bosch?

A Bosch está envolvida maioritariamente nos projetos de carros autónomos, câmaras de vigilância inteligentes, em robots para processos administrativos e também em alguns produtos para a agricultura, que têm algoritmos para indicar a altura ideal para a colheita, por exemplo. 

E que produtos considera que têm mais interesse para o uso de IA?

Sem dúvida que o foco principal é o setor automóvel, com os carros autónomos – carros do futuro. A Bosch está também a trabalhar na “Fábrica do Futuro”, cujo objetivo é desenvolver uma fábrica totalmente automatizada, para produção de componentes industriais hidráulicos

Considera que a inteligência artificial é uma prioridade para a empresa?

Sim, sem dúvida que sim, principalmente com a “Fábrica do Futuro”. É uma prioridade e a Bosch continua a trabalhar para desenvolver o tema todos os dias. Temos o exemplo da Costa Rica, onde está a ser desenvolvido um robot para fazer funções administrativas. Há pessoas que trabalham unicamente para desenvolver o tema da Inteligência Artificial.

E na Colômbia, considera que há potencial?

Um aspeto curioso em relação a isto é que Medellín (cidade da Colômbia) é o centro para a indústria 4.0 e Inteligência Artificial para toda a América Latina. Como Medellín é uma cidade de inovação, o tema de inteligência artificial está a evoluir em comparação com outros países da América Latina. No entanto não é aplicada em produtos, mas sim em ideias, estratégia e mesmo a nível governamental. Então sim, há potencial na Colômbia.

Considera que algum dia uma máquina vai conseguir simular a inteligência humana?

Bem, se uma máquina consegue jogar xadrez… Seguramente que não se conseguirão substituir os sentimentos de uma pessoa mas os processos realizados por esta sim, como por exemplo os processos administrativos. A inteligência artificial pode funcionar como uma máquina, que aprende com os erros. Por exemplo na Bosch, já existe um robot para fazer a declaração de impostos. Ainda está a ser testado mas se é detetada uma falha, é introduzido um input e com o tempo está “a aprender”, até conseguir concluir as tarefas com sucesso. Considero que os processos rotineiros poderão ser substituídos a 100%. E no que respeita aos carros e as câmaras de vigilância, penso inclusive que a qualidade da inteligência artificial pode ser superior à humana. Voltando ao xadrez, como o fazem exatamente não sei, mas sei que a máquina conhece inúmeras combinações.

 

Imagem de destaque cedida por Helmuth Obilcnik.

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Created By: Maria Inês Coutinho Mota
Published: 10-09-2019 18:58

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