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O mercado emergente nas favelas – o caso da Rocinha

   Catarina Pinho   |   C12

   Companhia das Quintas

   Brasil

Falta de igualdade de oportunidades é o que ainda marca a vida nas Favelas, como uma estrutura precária e pelo cenário de violência. No entanto, o desejo de consumo, deixa de ser inatingível para as classes populares.

 

A favela da Rocinha,

 

Localizada na cidade do Rio de Janeiro, a Rocinha destaca-se como uma das maiores favelas da América do Sul e conta com cerca de 200 mil habitantes. A população tem vindo a crescer ano após ano. A localização estratégica, junta de áreas dinâmicas da cidade, como Leblon, Ipanema e Copacabana tem contribuído para este fluxo.

É notório o desenvolvimento nos últimos 30 anos dos serviços e bens de consumo. O comércio surgiu inicialmente como forma de subsistência para os moradores. Hoje, a Rocinha, conta com uma forte estrutura comercial instalada: mais de 2.700 estabelecimentos comerciais, entre os quais redes de fast-food, 3 bancos, serviços de televisão por cabo, serviços de internet (Espaços Cibernéticos), empresas turísticas, empresas de transportes internas, estação de rádio, canal de TV por cabo, jornais próprios, a Escola de Samba, um posto de correio, entre outros. Com esta evolução, a comunidade gera postos de trabalhos e atrai não só trabalhadores como consumidores de outros bairros.

 

Atracção como ponto turístico.

 

Com uma das vistas mais privilegiadas sobre a cidade, um povo cordial, e um forte trabalho comunitário, a comunidade da Rocinha tem criado condições para que os recursos da comunidade possam reverter-se em benefícios para a população.

Um dos exemplos mais notáveis são as tours pelas favelas, que permitem mostrar os trabalhos da comunidade e dar a conhecer os projectos sociais sustentados pelas visitas, nomeadamente o centro de artesanato.

Destaca-se aqui o impressionante trabalho com o lixo. Aproveitado como gerador de dinheiro, o lixo é separado e utilizado para produção de peças de artesanato. Desta forma acabam por escoar o lixo em zonas onde as companhias não passam, evitando a proliferação de doenças e mantendo a favela mais limpa.

 

Uma expansão movida a crédito.

 

O Banco do Nordeste (BNB) promoveu recentemente um programa de micro-crédito – o CrediAmigo, oferecendo recursos à comunidade que permitirão o seu crescimento. Com crédito facilitado, os habitantes da favela passam a ter acesso a uma série de produtos e serviços que antes eram impensáveis, como por exemplo o telemóvel, microondas, máquina de lavar roupa, equipamento de som, frigorífico, televisão, entre outros.

 

O futuro?

 

As empresas tem vindo a estudar os hábitos de consumo da favela e o estilo de vida das pessoas com vista à criação de negócios que satisfaçam as mais variadas necessidades da população – dos serviços financeiros aos planos de saúde, a implementação de sistemas de informação, passando pela comercialização de aparelhos electrodomésticos ao material de construção.

Por seu lado, o Governo criou um ambicioso Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que prevê a construção de infra-estruturas diversas, o alargamento de ruas e a melhoria nas fachadas.

A favela deixa de ser o endereço da miséria e passa a despertar o interesse da indústria, que encontra aqui um mercado emergente.

Created By: Nuno Miguel Várzea
Published: 30-09-2008 10:57

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