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Análise de uma fotografia (Moçambique)

Ana Catarina Neves | C21 | Casa do Agricultor | Maputo, Moçambique

 Ana Catarina Neves | C21

Casa do Agricultor

Maputo | Moçambique

 

As imagens valem mais do que mil palavras. Já todos ouvimos esta frase. Alguns dirão “essa já é velha” mas, na verdade, ninguém pode negar a intemporalidade desta expressão nascida na China há mais de 2500 anos. E aqui está a prova da sua intemporalidade, pois torna-se impossível retratar por palavras tudo o que esta imagem representa: um futuro melhor, um negócio mais otimizado, ou mesmo a sobrevivência, num país tão cheio de potencial, como por vezes, tão vazio de aproveitamento.

Se 45% de todo o território moçambicano tem características excecionais para a prática agrícola, estima-se que apenas 11%, cerca de 4 milhões de hectares, é terra cultivada.

Em Moçambique predomina a agricultura familiar, representando 99% das unidades agrícolas que ocupam mais de 95% da área cultivada do país e empregando 80% da população ativa (Ministério da Agricultura). A Agricultura é, assim, um setor de grande importância em Moçambique, embora corresponda apenas a cerca de 20% do PIB (INE), pois a falta de modernização e o reduzido rendimento contribuem para uma baixa otimização dos excelentes recursos naturais como solo, clima, água e trabalhadores.

A Agricultura em Moçambique consiste em pequenas explorações (menos de 5 ha) e apresenta-se essencialmente como sendo de subsistência, com fracas infra- estruturas, baixos níveis de produção, uso de métodos tradicionais, uso de sementes de baixo rendimento e falta de insumos, assistência técnica e de acesso aos mercados.

De todas estas necessidades e de uma maior, a de “ensinar a pescar mas não dar o peixe”, nasce um projeto de apoio real que certamente transformará direta e indiretamente a vida de milhões de moçambicanos – a Escola do Agricultor.

O projeto Escola do Agricultor consiste numa plataforma de formação, com o objetivo de promover a agricultura e a pecuária com um Programa de Formação que oferece os meios para a transmissão de conhecimento, acesso aos insumos e entrada no mercado.

A Escola do Agricultor vai ao encontro do público em todo o país, utilizando meios multimédia, um programa de televisão semanal, a rádio, ou a criação de eventos e feiras. As atividades consistem em formação em sala, campos de demonstração das técnicas de produção e feiras organizadas durante os eventos de formação para agricultores e fornecedores exporem os seus produtos.

Da primeira fase do projeto isto foi o que nos marcou: a vontade, a garra, o sacrifício pelas distâncias percorridas, pelas "horas perdidas" de trabalho na machamba, pelo tempo de estudo, mas principalmente a ansiedade em dar um passo em frente, em melhorar os seus negócios e as suas vidas. Este é o néctar que nos anima e encoraja a continuar e a fazer cada vez melhor.

A lente da câmara fotográfica captou um pequeno momento, há quem o considere o mais importante, pois representa o cumprimento do objetivo – finalizar a formação com sucesso. No entanto, a lente da alma viu para além disso. Assistiu ao aumento da confiança, à partilha de ideias e sugestões, à coragem de recomeçar após cada insucesso, em resumo, à felicidade por ver um futuro logo ali à frente. A lente da alma apreciou um momento que será sempre relembrado graças ao disparo da lente da câmara.

Voltamos ao início, uma imagem vale mais do que mil palavras? Confúcio tinha razão, não temos dúvida de que vale, mas há momentos especiais que precisam de mil imagens.

Definitivamente, com a Escola do Agricultor apoiou-se o setor de maior importância em Moçambique – a agricultura – tendo em vista a sua renovação, modernização e otimização.

Created By: Ana Catarina Coelho Moura Neves
Published: 17-04-2018 15:03

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