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Desafios da Investigação e Desenvolvimento- Reino Unido

Pedro Neves | C20

Bial | Windsor

Reino Unido

 

A indústria farmacêutica representa um dos principais setores industriais no Reino Unido, acarretando benefícios para a sua a economia, como um aumento da receita e do emprego. Apresentou um excedente comercial de 1,1 mil milhões de libras em 2014, mais que qualquer outro setor industrial, bem como um pólo de atração de conhecimento e investimento [1].

Este setor industrial tem desempenhado um papel importante na investigação e desenvolvimento (I&D) de novos medicamentos para as mais variadas doenças. Desta forma, o financiamento por parte de diferentes companhias de origem europeia, americana e japonesa aos principais grupos de investigação no Reino Unido, laboratórios e clínicas britânicas, está associado ao desenvolvimento de muitos dos principais medicamentos, sendo que, cerca de um sétimo das cem principais drogas em uso atualmente, tem origem na investigação desenvolvida neste país, feito apenas superado pelos Estados Unidos da América [1].

O crescimento da indústria farmacêutica é fortemente dependente da sua pesquisa constante de novos produtos, bem como a melhoria dos produtos já existentes no mercado. Tal filosofia é refletida na quantidade total de investimento em I&D no setor farmacêutico, quando comparado com os outros setores (Figura 1).

 

 

Figura 1- Gastos em I&D das empresas por classe de produtos 2007-2014 [2]

Em 2014 os produtos farmacêuticos continuaram a ser a classe onde o investimento é maior, representando um valor de 3,9 mil milhões de libras e correspondendo a 20% do total dos gastos em I&D no Reino Unido. Estes custos têm vindo a aumentar, cerca de 1 bilião, desde 2003, com a exceção dos últimos 3 anos, onde ocorreu um pequeno decréscimo no seu valor [2].

Apesar deste enorme investimento, as empresas farmacêuticas sediadas no Reino Unido recorrem maioritariamente a financiamento próprio no que toca a I&D (66%), sendo que a segunda maior fonte advem das empresas mães/filiais que operam fora de território britânico (24%), dependendo dessa forma muito pouco de financiamento governamental ou de outras empresas [2].

No entanto, este crescimento no investimento na indústria farmacêutica não é refletido de forma similar num aumento do desenvolvimento de novos medicamentos. Este facto prende-se com o agravamento dos custos e regulação associados ao desenvolvimento destas novas moléculas com potencial farmacológico, sendo que em cada 25,000 desenvolvidas em laboratório, apenas 25 chegam aos testes clínicos em humanos, 5 chegam ao mercado e apenas uma recupera o investimento [1]. É importante salientar que um dos maiores desafios passa pela transição dos ensaios de pequena escala de fase II para os ensaios clínicos de fase III de dimensão bem superior, sendo mesmo esta a fase onde a alocação de fundos é maior, cerca de 32% do total investido [3].

A Bial fundada em 1924 é a maior empresa farmacêutica portuguesa, tendo iniciado atividades de I&D em 1993. Atualmente investe cerca de 20% do seu faturação nos seus centros em Portugal e Espanha, focando-se essencialmente nas áreas do sistema nervoso central, da cardiologia e da imunoterapia alergénica [4]. Essa aposta resultou no primeiro medicamento de desenvolvimento e patente portuguesa, o acetato de eslicarbazepina (Zebinix), utilizado no tratamento da epilepsia, lançado na Europa em 2009 e prepara-se para o lançamento da sua segunda molécula o opicapone (Ongentys), já em 2016 no mercado britânico e germânico para o tratamento da doença de Parkinson.

No Reino Unido a Bial iniciou atividade em 2015 com o único objetivo da co-promoção da marca Zebinix, uma vez que neste país a autorização de mercado pertence ao Eisai, e a longo prazo para o lançamento e promoção de novos medicamentos desenvolvidos sob a sua alçada, como será o caso do Ongentys. Este é o desafio final no desenvolvimento e utilização do medicamento, especialmente neste mercado, uma vez que estes apesar de serem comparticipados na sua totalidade para que este facto ocorra, devem fazer parte do formulário dos diferentes centros de cuidados primários e secundários. Desta forma, para que tal suceda é necessário, através de modelos económicos, comprovar a superioridade de custo-eficácia desta nova formulação ou molécula quando comparada com as opções já existentes no mercado.

Bibliografia

[1] http://www.abpi.org.uk/industry-info/Pages/default.aspx

[2] http://www.ons.gov.uk/economy/governmentpublicsectorandtaxes/researchanddevelopmentexpenditure/bulletins/businessenterpriseresearchanddevelopment/2014

[3] http://www.efpia.eu/facts-figures

[4] https://www.bial.com/en/r_d.2/mission.27/mission.a25.html

 

Created By: Pedro David Oliveira Neves
Published: 11-11-2016 12:28

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