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E se achas que a Roménia é que é vota Ana Salomé! (Narrativa do Viajante) - Contributo espontâneo
 
Ana Salomé Pinto|C15

Sonae Sierra Corporate Services

Bucareste|Roménia

 

Quando decidi embarcar nesta nova aventura, já com um algum background de viajante, a verdade é não tinha pensado num destino que me satisfaria em pleno ou num que me faria desistir desta oportunidade.

 

À espera do destino vencedor, e já passada a letra P. e sem me ocorrer mais nenhum país, é-me dada a notícia de que estaria destinada a residir na Roménia nos próximos 6 meses. Fico alegre, fico triste? Eis a questão. Todos achamos que sabemos algo sobre este país de Leste, mas é tão surpreendente, que às vezes é complicado recuperar o fôlego de tanta nova e inesperada experiência que nos proporciona.

 

A Roménia, apesar de já ser parte integrante da União Europeia desde 2007, continua a ter a sua própria moeda, o Leu. Pensando que 1 Leu corresponde a cerca de 25 cêntimos e que 1 Leu é a nota mais baixa, as moedas quase nada valem. Parece que se anda sempre com imenso dinheiro no bolso. Recordo uma situação caricata em que tentei pagar um táxi com algumas notas e moedas e o taxista quase que preferiu não receber o que lhe era devido, pois segundo ele, In Romania you do not pay with coins.

 

Pequenas situações como estas, acompanharam toda a minha estada romenesca proporcionando, umas vezes, um sorriso de orelha a orelha e outras vezes apenas indignação.

 

Isto, porque a Roménia é uma dicotomia constante. Vivo em Bucareste numa avenida extremamente próxima do segundo maior edifício do mundo, a Casa Popolurui, mas ao sair de casa tenho uma pequena feira à porta. Tudo se vende na rua, desde a maior diversidade de flores, de roupa, que muda de dia para dia, pilhas ou detergentes.

 

Alguém pode estar a tocar violino ou com uma balança para quem quiser saber o seu peso. Antes de entrar no metro, que por si só está repleto de pequenas lojas onde, mais uma vez, se pode encontrar de tudo, um Dacia (típica marca de carro romeno) e o mais recente modelo de um Porsche nunca antes visto, compartem o caótico trânsito que caracteriza Bucareste. Muitas vezes também compartem o estacionamento desordenado em cima de passeios ou na via pública com uma multidão que se atropela no seu caminho de sentido único.

 

O próprio clima se contradiz a si mesmo. Um frio intenso que torna as ruas intransitáveis no meio de neve, gelo, passeios inacabados e constantes obstáculos contrastam com um sol acalorado, muitas vezes insuportável, misturado com pequenos dilúvios de final de tarde.

 

Uma cidade de blocos iguais e pequenas moradias residenciais. Andar em Bucareste constitui um estímulo constante para a mente. O cheiro a tílias na Primavera e o vento gélido no Inverno.

 

É uma cidade dos namorados para os enamorados. Por outro lado, é a cidade dos cães abandonados e desdenhados e de pessoas necessitadas.

 

A noite é a continuação do dia, com uma luz que nunca vi em qualquer outra capital europeia. A Roménia faz fronteira com a Hungria, Ucrânia, Sérvia, Bulgária e Moldávia. É um País onde se fala uma língua de origem latina, mas que nada tem a ver com as origens das línguas nativas dos seus países vizinhos. É um diamante em bruto, à espera de ser descoberto. Felizmente eu tive essa grande sorte.

Created By: Ana Salomé Avelãs Ferreira Pinto
Published: 02-02-2012 12:00

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