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Hospitality Procurement no Médio Oriente

   Pedro José - Parker Company,  Dubai,  Emiratos Árabes Unidos.

No mercado do Médio Oriente predominam investidores locais com avultadas somas de capital e muita vontade de investir. Uma das áreas de investimento mais apetecíveis é o sector hoteleiro, nomeadamente no Dubai, Emirados Árabes Unidos. As taxas de ocupação, nos hotéis existentes, são rondam geralmente os 100%, e por essa razão não parece haver limite para a construção de mais e mais hotéis.

O Dubai tem inúmeros projectos de dimensões megalómanas em construção, nomeadamente: as três palmeiras, Palm Jebel Ali, Palm Jumeirah e Palm Deira, sendo que a Palm Jumeirah já está em fase final de construção; “O Mundo” (The World), conjunto de ilhas artificiais que formam um mapa-mundi; Bur Dubai, a torre mais alta do mundo; Dubai Marina, um aglomerado de mais de 40 arranha-céus; Dubai Land, um parque de diversões; entre outros. Todos estes projectos vão estar repletos de hotéis luxuosos, o que vai representar um aumento exponencial na capacidade hoteleira do Dubai para os próximos anos. A somar a estes projectos há que ter em conta os hotéis já existentes que têm possibilidade de expansão. A maior parte dos hotéis ainda se encontram na chamada fase 1, sendo que a maioria pode ser expandida para uma fase 2 e alguns para uma fase 3.

 

O meu estágio foi na Parker Company, uma empresa de Hospitality Procurement que tem como principal cliente estes investidores locais que investem no sector hoteleiro.

 

O que é Hospitality Procurement?

 A empresa construtora faz todo o “esqueleto” do hotel (paredes, chão, saneamento, instalações eléctricas, pintura e algum equipamento de casa-de-banho), enquanto que as empresas de Hospitality Procurement compram tudo o resto que o hotel necessita para iniciar a sua actividade desde equipamento, uniformes, mobiliário, entre outros.

Existem obviamente várias modalidades de Hospitality Procurement, os dois extremos são: o chamado “chave-na-mão”, em que o cliente não interfere com o processo de escolha, a empresa de Hospitality Procurement tem liberdade de manobra e apenas tem de respeitar algumas especificações; por oposição a esta modalidade, temos o modo de operar da Parker Company, a qual não interfere com o processo de escolha, isso é responsabilidade dos designers e dos directores. Em todas as modalidades há que respeitar o orçamento, que é um montante fixo e definido a priori.

 

Durante o meu estágio na Parker Company tive a oportunidade de me aperceber do quão complexo é gerir o conflito entre o investidor (Pricipal) e os supra mencionados designers e directores (Agent).

O investidor por norma não é formado em hotelaria, apenas investe neste ramo por ser muito rentável. O investidor quer que o orçamento que foi estipulado a priori seja respeitado e se possível que haja poupanças, de modo a tornar o seu investimento ainda mais rentável.

Por outro lado, os designers e os directores não se preocupam muito com o orçamento, a sua preocupação é dotar o hotel com as mais recentes tecnologias e seguindo as últimas tendências de decoração. Geralmente, também se preocupam com as marcas e com o país de origem dos produtos. Portanto, os incentivos dos designers e dos directores não estão alinhados com os do investidor.

De forma a alinhar os incentivos dos designers e dos directores com os do investidor, este recorre a empresas como a Parker Company para poderem “controlar” os gastos dos primeiros. A palavra final numa ordem de encomenda é sempre do investidor que é aconselhado pela Parker Company a assinar a ordem de compra ou não. A recomendação é positiva ou negativa em função do orçamento, se essa compra puder comprometê-lo, a recomendação será obviamente negativa. No entanto, podem existir outras razões que podem levar a que seja dado um parecer desfavorável a uma compra, nomeadamente devido a haver um fornecedor de qualidade semelhante e de preço bem mais atractivo.

 

Os designers e os directores estão sempre com a “ameaça” de uma recomendação desfavorável da Parker, o que invalidaria todo um processo de escolha que por vezes demora diversas semanas (catálogos, amostras, testes diversos, negociação de preços/quantidades). Por esta razão, antes de se enviar a ordem de compra para assinatura final, a Parker Company consegue persuadir os designers e os directores a respeitarem os interesses do investidor.

 

A minha expectativa antes de iniciar o estágio era que por serem investidores com tantos “petrodólares” não se preocupassem muito com as habituais derrapagens num projecto de grandes dimensões. Todavia, fui surpreendido pelo controle orçamental e pelos investidores não passarem um “cheque em branco” aos designers. É portanto de esperar que empresas de Hospitality Procurement proliferem não só pelo Dubai, como também pelo resto do Médio Oriente.

Created By: Teresa Jeremias
Published: 04-12-2007 16:35

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