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Adaptação à realidade Namibiana
João Bismarck Amorim Coelho | C17
Embaixada de Portugal em Windhoek | Namíbia
 
A experiência na Namíbia, por vezes referida como a Suíça de África, revela-se, desde o início um constante desafio, apesar das relativas boas infra-estruturas e condições proporcionadas.
 
Sendo, em todo o mundo, um dos países com menor densidade populacional, a Namíbia regista uma extraordinária diversidade cultural espalhada pelo seu território. Cerca de 95% da população é de raça negra, com 70% da população falante de línguas Bantu, como os Owambo e os Herero. O restante é composto por outras minorias culturais como os Nama-Damara, os Caucasianos (maioritariamente Afrikaners e descendentes de Alemães) ou os mestiços – conhecidos localmente como “coloured people”. Apesar das línguas mais comuns serem o Oshiwambo e o Otjiherero e o Afrikaans ser, ainda, língua franca no centro e sul do país, a língua oficial é o inglês – escolhida por não representar qualquer etnia e facilitar os negócios – o que facilita o contacto para turistas e expatriados, essencialmente nas zonas urbanas e entre os jovens.
 
A diferença significativa de culturas e os fortes estereótipos étnicos provocam algumas tensões entre tribos. No entanto, existe um forte sentimento nacionalista, particularmente entre a população jovem, mais susceptível de se movimentar dentro do país por razões económicas e educacionais. Mais recentemente, as zonas urbanas, as grandes instituições empregadoras no sector das pescas e das minas, as escolas secundárias e as universidades têm-se transformado em lugares multi-étnicos onde a população tem desenvolvido novas formas de interacção entre as tribos, ultrapassando as suas barreiras culturais. A união é demonstrada através do desporto, nomeadamente do futebol, no qual a população vibra com a selecção nacional, isto apesar de as diferentes equipas do campeonato estarem restritas a determinadas tribos (existem apenas 3 que são consideradas “mistas”).
 
A adaptação cultural não é complicada, mas a criação de rotinas, amizades e os períodos de lazer podem ser difíceis. Os fortes vestígios deixados pelo período do Apartheid implicam uma separação visível entre negros e brancos, não ocupando os mesmos espaços físicos. Note-se que tal é predominantemente relevante para os namibianos, pois os estrangeiros são consideravelmente bem acolhidos, e para as populações mais idosas.
 
Nos jovens, a situação é um pouco diferente, sendo que na população branca é possível encontrar algumas situações de racismo. Assim, os contactos que se fazem podem limitar, de alguma forma os contactos futuros. De qualquer forma, desenvolver amizades não é tarefa fácil. São poucas as actividades culturais e de lazer existentes em Windhoek e as pessoas tão pouco têm o hábito de as frequentar, por incapacidade financeira ou falta de interesse. Adicionalmente, os grupos são bastante fechados e apesar da comunidade de expatriados permanecer relativamente reduzida, encontra-se em expansão e será a melhor opção para dinamizar as actividades, sendo fácil de encontrar pela cidade.
 
Na Namíbia não existem transportes públicos. A deslocação dentro de Windhoek faz-se em táxis partilhados consoante o destino da primeira pessoa ou do próprio motorista, e entre as principais cidades o transporte realiza-se em carrinhas partilhadas, sem horário, que partem de estações de serviço quando estiverem cheias. O grande problema consiste na impossibilidade de encontrar táxis em determinadas áreas da cidade e a certas horas da noite. Andar a pé à noite, além de ser bastante complicado pelas enormes distâncias entre os diferentes locais e a existência de inúmeros descampados é igualmente inseguro face à falta de iluminação. A cidade é segura, para os padrões africanos, mas recentemente têm sido comuns os relatos de assaltos violentos, não tendo a polícia a capacidade e equipamento de fazer frente a alguns desses crimes. Precauções normais e um bom senso apurado evitam, à partida, qualquer tipo de problema. Outra solução é encontrar um carro acessível (o aluguer é demasiado caro) e habituar-se a conduzir no lado “contrário”.
 
Durante a semana o comércio fecha às 17 horas e ao fim de semana tudo fecha as 14 horas (restaurantes inclusive), ficando a cidade deserta. Assim, dado o horário laboral português (das 9 às 18), será necessário o abastecimento de stocks aos Sábados ou Domingos.
 
A Namíbia permite ter uma experiência em África, sem grande parte dos problemas que lhe costumam estar associados (apesar de existirem, não são facilmente visíveis em Windhoek) e oportunidades não faltam para quem por cá quiser arriscar, nomeadamente no turismo, agricultura, transportes e construção. Fundamental é efectuar os contactos certos que possibilitem, mais facilmente, obter o difícil visto de trabalho.
Created By: João Bismarck Amorim Coelho
Published: 03-06-2013 9:36

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