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Uso de plástico na China. Ordem para mudar!

António Cardoso | C23 | SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação | Pequim, China

C23 António Cardoso

O pressuposto de criação de uma sociedade mais verde tem feito parte das medidas implementadas pelo governo chinês. Em 2008 o parlamento Chinês aprovou uma lei que proibia os estabelecimentos de retalho - lojas, supermercados e outlets de oferecem sacos de plástico aos seus clientes, sob a pena de incorrerem em multas que podiam ascender aos 10 000 yuans (cerca de 1260 euros). Aquando da celebração dos 10 anos desta medida (2008-2018), a Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma (NDRC), anunciou que o consumo de sacos de plástico teria reduzido, em média, 66%, representando uma poupança de cerca de 1.6 milhões de toneladas de petróleo (dados da NDRC).

No entanto, nem tudo é positivo, um inquérito realizado pela Global Village, um grupo ambientalista com sede em Pequim, aferiu que, em oposição ao que se estava a passar nos supermercados e lojas das áreas urbanas, cerca de 80% dos postos de retalho das regiões rurais continuariam sem cobrar os sacos de plástico aos seus clientes. Este estudo concluiu ainda que, em Pequim, perto de 96% dos estabelecimentos alimentares continuavam a utilizar sacos de plástico pois, por razões de higiene e segurança alimentar, a lei apresentava uma exceção para o uso de plástico quando se tratasse de carne crua ou noodles.

Num plano mais recente, em meados de 2018, a China decidiu deixar de importar resíduos de outros países. Esta medida teve um impacto bastante significativo a nível mundial sendo que, até então, a China era o maior importador de desperdícios de plástico do mundo, em 2016 o valor ascendeu a impressionantes 7.3 milhões de toneladas. No início de 2019, a Agência Governamental Chinesa que regula o mercado dos correios, apresentou uma lista de diretivas que devem ser seguidas pelas empresas. Com esta medida o governo chinês estima que sejam poupadas cerca de 5.5 mil milhões de embalagens por ano, e deste modo, se reduza o desperdício, promova a reciclagem e se torne a indústria do embalamento “mais limpa”.

O rápido desenvolvimento e disseminação do comércio eletrónico e dos serviços de entrega de comida e takeaway têm representado um entrave à redução do consumo de plástico, colocando uma grande pressão no ambiente. Em 2016, segundo o Gabinete de Estado dos Correios da China, a indústria das entregas express gastou cerca de 14.7 mil milhões de sacos plásticos e 330 milhões de rolos de plástico para embalamento.

Mesmo tendo vindo apostar numa mudança de mentalidades e, embora já tenha começado a colher alguns frutos das medidas que tem vindo a aplicar, o governo e as autoridades chinesas têm ainda um longo caminho a percorrer no que concerne às políticas e medidas a implementar para tornar esta superpotência ecologicamente consciente.

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Created By: António Manuel Freitas Martins Cardoso
Published: 29-08-2019 17:35

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