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Uma Realidade Transformada em Desafio Ecológico

Ana Beatriz da Silva Naves Velosa | C21 | VLB Arquitectura e Planeamento Urbano | Macau, China

O homem, no seu dia a dia, provoca mudanças no meio ambiente. Essas alterações são cada vez mais óbvias e determinantes nos tempos que correm.

A ecologia toma um papel cada vez mais importante na modernidade, por querer compreender os efeitos das interferências do homem na atmosfera, e procurando respostas sobre a minimização dessas consequências. Assim, a crescente poluição atmosférica, as mudanças climáticas, o aquecimento global, entre outras, são consequências que têm vindo a piorar a um ritmo acelerado, despertando-nos para a importância de cumprirmos o nosso dever neste processo.

Macau tem uma identidade sociocultural única. É uma das regiões administrativas especiais da República Popular da China desde 1999. Tendo sido colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos, foi das últimas colónias europeias da Ásia e permite que qualquer português se sinta em casa, dadas as nuances portuguesas visíveis.Apesar de se tratar de uma cidade pequena constituída por uma área de apenas 31.3 km2, é um dos maiores centros de turismo da Ásia, pois apresenta-se como um destino atrativo no sector do turismo e do jogo, as suas duas atividades económicas vitais. Considerada uma cidade de contrastes, Macau combina tanto tradições chinesas, como portuguesas, oferecendo um estilo de vida ligeiramente diferente do Asiático. Contudo, a consideração pelo meio ambiente não é uma delas.

Aqui, o desafio ecológico é visível e Macau apresenta-se desde logo dois passos atrás do resto do mundo. O hábito de separação do lixo é visto apenas como uma opção e não como um dever. Quando reciclar é apenas uma opção, estranhamos o facto de habitar num local onde temos de ter atenção aos avisos da qualidade do ar, onde ainda nos entregam sacos de plástico no supermercado e é culturalmente aceitável atirar lixo para o chão.

Por isso mesmo, a própria Direção dos Serviços de Proteção Ambiental (DSPA) tem tomado várias medidas para tentar contrariar esta situação, tendo sempre como prioridade a recolha de resíduos recicláveis.

Em 2010 foi implementado o programa de Planeamento da Proteção Ambiental de Macau, com a pretensão de melhorar as condições ecológicas num prazo de 10 anos, ou seja, entre 2010 e 2020. Para além de tentar promover a ideia de implementação de uso de eco-veículos para a redução do fumo negro, pretendeu-se também reforçar a sensibilização e educação ambiental com a colocação de vários ecopontos pela cidade.

Já em 2011 foi implementado o Programa de Pontos Verdes que visava a entrega de papéis, garrafas de plástico e latas de alumínio e ferro em troca de vales de supermercado no valor equivalente a 20/50€. Esta medida, em especial, parece ter resultado, pois no centro de Macau assiste-se diariamente ao esforço de alguns habitantes reunirem estes materiais em abundância.

Todos estes pequenos passos ajudaram Macau a ser um pouco mais ecológico, porém ainda há muito espaço para crescer e a própria DSPA afirma que esse crescimento requer uma mudança de mentalidades e dos padrões de consumo da população, garantindo que é um processo longo, no qual ainda se está a realizar um grande esforço.

Numa região onde se produz diariamente cerca de mil toneladas de lixo, os ecopontos colocados pela cidade, infelizmente, nunca chegam à sua capacidade máxima (mesmo tendo em conta a sua pequena dimensão), porque a população não desenvolveu o hábito de separar o lixo.

Recorre-se, portanto, maioritariamente, ao uso de contentores de lixo indiferenciado que, mais tarde, é levado para o incinerador. O volume do lixo levado para o incinerador fica reduzido a cerca de um décimo do tamanho, lixo esse que se não fosse queimado muito provavelmente ocuparia quase a dimensão de toda a península.

Esta opção terá de ter inevitavelmente um fim, pois o lixo enviado para a incineração em Macau já apresenta uma percentagem relativamente superior à taxa das regiões vizinhas: em 2014, registou-se uma produção diária de resíduos de 2,13 kg por pessoa, superando a taxa de Pequim (0,93), Xangai (0,69), Cantão (0,90) ou Hong Kong (1,35).

A Eficiência Ambiental é, portanto, o grande calcanhar de Aquiles de Macau. A única forma de reverter os hábitos dos habitantes não cai somente no aumento da quantidade de ecopontos distribuídos pela cidade, mas sim na promoção constante e no investimento de uma educação ambiental.

Esta educação não só contruibirá para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socio-ambiental moderna, como, ainda, ajudará no bem-estar de cada um e da sociedade.

Para isso, é importante que se eduquem as futuras gerações, exigindo que as escolas se disponham a trabalhar com atitudes, valores e ações, tanto práticas como teóricas, de maneira a que o aluno possa aprender a respeitar e a praticar hábitos que contribuam para a conservação ambiental.

“A igualdade de género é, antes de tudo, um direito humano. As mulheres têm direito a viver com dignidade e segurança. A capacitação das mulheres e meninas também é uma ferramenta indispensável para o avanço do desenvolvimento e redução da pobreza. As mulheres que são saudáveis, educadas e responsáveis pelas suas vidas contribuem para a saúde, bem-estar e prosperidade de famílias inteiras, comunidades e suas nações”, in Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Created By: Ana Beatriz da Silva Naves Velosa
Published: 20-03-2018 10:35

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